Jornal do Carro
O preço dos veículos 0-km simplesmente dobrou nos últimos seis anos, aponta levantamento da Jato do Brasil. Ou seja, o encarecimento dos carros novos no País começou em 2017, antes mesmo da pandemia da Covid-19. Entre os motivos está o aumento da inflação no período, bem como com a disparada do dólar norte-americano. Além disso, com vendas menores, as montadoras passaram a priorizar modelos de maior valor e com maior quantidade de chips.
Essa é a tônica do relatório da Jato. Nele, é possível, por exemplo, ver a evolução do preço médio de um carro novo no Brasil. Segundo o estudo, o valor médio pago por um automóvel 0-km era de R$ 70.877,50 em 2017. Entretanto, em 2023, o custo médio é de R$ 142.055,75. O levantamento considerou os valores praticados neste ano até o mês de maio.
É possível notar que o valor médio dobrou, por exemplo. O levantamento da Jato utilizou os valores médios desde 2016. Naquele ano, o valor médio a se pagar em um automóvel 0-km era de R$ 66.311,66. Contudo, se considerar o valor atual, é seguro dizer que o preço médio está 114,24% mais caro.
Ainda segundo o estudo, a alta nos valores disparou durante a pandemia, nos anos de 2020 e 2021. Nesse período, o preço médio pulou de R$ 86.385,64 para R$ 111.938,32, respectivamente. Dessa forma, um aumento de 29,6%, por exemplo.
Ao analisar os valores mensais de 2017 até maio deste ano, o maior aumento ocorreu entre maio e abril de 2020. Foi quando o mercado registrou inflação de 9,6% no preço médio dos carros em apenas um mês. Em março de 2020, antes das restrições impostas pela pandemia, o número de emplacamentos chegou a 156.092 unidades, com valor médio de R$ 86.467,01. Já em abril foram entregues 51.398 modelos com o preço médio de R$ 94.740,78.
Descontos criados pelo governo tentaram baixar o preço dos automóveis
O governo federal, por meio da Medida Provisória 1175/23, assinada no dia 5 de junho, conseguiu baixar o valor médio dos automóveis 0-km no Brasil. O decreto do carro popular concedeu créditos fiscais para veículos de até R$ 120 mil. Com a medida, modelos novos ganharam descontos de até R$ 8 mil. Assim, os veículos mais baratos do País, como Renault Kwid e Fiat Mobi, que tinham tabela próxima de R$ 70 mil, baixaram de preço.
Com o incentivo do governo, somado aos descontos cedidos pelas próprias montadoras, reduziram os preços em R$ 10 mil. Dessa forma, Mobi e Kwid baixaram de R$ 68.990 para R$ 58.990. Qualquer carro abaixo dos R$ 120 mil pode receber os descontos, o que gerou versões mais baratas de modelos mais caros, como Jeep Renegade e Fiat Fastback, por exemplo.
Os descontos de R$ 2 mil até R$ 8 mil, ainda vigentes, exigem um sistema de pontos que considera o consumo e as emissões de poluentes, o índice de nacionalização, bem como o tipo de energia do modelo (se é a combustão, híbrido ou elétrico). (Jornal do Carro/Rodrigo Tavares)