Correio Braziliense/Agência Estado
Duas montadoras de veículos anunciaram nesta última terça-feira (4/7) investimentos bilionários no país. A alemã Volkswagen, que está comemorando 70 anos de atividade no país informou que vai aplicar 1 bilhão de euros nos próximos quatro anos, o que equivale, nas cotações atuais, a um montante de R$ 5,2 bilhões. A empresa, que há apenas uma semana havia suspendido a produção devido à queda de vendas, afirma que quer crescer 40% até 2027. E a chinesa BYD, recém-chegada, divulgou um plano de R$ 3 bilhões para produzir veículos elétricos em Camaçari, na Bahia.
Os dois projetos estão ligados à tendência de adequar a produção à agenda de transição ambiental. A estratégia da Volks é expandir a produção de veículos híbridos, elétricos e movidos a etanol no mercado doméstico, e a expectativa é lançar 15 novos modelos até 2025.
Como parte da comemoração dos 70 anos, a Volkswagen anunciou que os modelos ID.4 e ID.Buzz – considerada a sucessora elétrica da Kombi – estarão disponíveis no Brasil a partir do segundo semestre deste ano.
“Estamos trazendo veículos atrativos para os consumidores no Brasil e na América do Sul. Isso nos ajuda a acelerar a transformação em carbono zero e mobilidade total em rede. O lançamento do ID.4 e do ID.Buzz no mercado brasileiro nos dará mais impulso”, avaliou o diretor-executivo do Grupo Volkswagen na América do Sul, Alexander Seitz.
Chinesa deve ocupar fábrica da Ford
A BYD pretende se instalar no complexo industrial da Ford em Camaçari, cuja compra está negociando, depois que a montadora norte-americana decidiu deixar o país. A chinesa planeja montar inicialmente dois modelos no Brasil: um hatch compacto puramente elétrico, o Dolphin, e o Song, um utilitário esportivo híbrido, que vai combinar um motor elétrico com outro movido a gasolina ou etanol. A previsão é de que a produção comece no segundo semestre de 2024.
A capacidade de produção de automóveis híbridos e elétricos da BYD no Brasil será de 150 mil veículos por ano, podendo dobrar para 300 mil unidades nas fases posteriores do projeto. A geração de empregos é estimada em 5 mil vagas, sendo mil delas já na fase inicial.
“As novas fábricas no Brasil vão permitir a introdução e aceleração da eletromobilidade no país, um movimento-chave para combater as mudanças climáticas e, de fato, melhorar a qualidade de vida das pessoas”, declarou Stella Li, CEO da BYD na região. (Correio Braziliense/Agência Estado/Raphael Pati, estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo)