Motor 1
Depois de quatro anos, o Volkswagen T-Cross reestilizado faz a sua estreia oficial na Europa. O SUV compacto passa por sua mudança de meia-vida, recebendo um desenho atualizado, interior com novo acabamento e mais equipamentos. No Velho Continente, o utilitário estará disponível para pré-venda no último trimestre, iniciando as entregas no início de 2024 – a empresa diz que já vendeu todas as unidades que serão produzidas este ano. No caso do Brasil, o T-Cross mudará só no ano que vem, pois a linha 2024 está nas concessionárias.
A primeira mudança no Volkswagen T-Cross 2024 para a Europa está no para-choque. Perdeu a peça emborrachada que ligava os dois faróis de neblina e o trapézio cinza que dividia a carroceria e a grade inferior. No lugar estará a carroceria na cor do veículo, formando um “X” entre a grade superior e as luzes de neblina. A entrada de ar inferior ficará bem maior, fazendo com que a placa de identificação seja posicionada mais acima. Por fim, tem uma barra cinza na extremidade inferior.
Mais acima está a grade, mantendo o formato do modelo anterior. Uma das diferenças para o T-Cross nacional é o desenho interno, com pequenos gomos, enquanto o brasileiro tem linhas cromadas. A versão europeia já contava com uma barra cinza no meio da grade, só que agora ela passa a ser iluminada como no Taos, alinhada com os faróis LED Matrix no conjunto que a empresa chama de IQ. Light – porém, só estará disponível nas versões mais caras, lá chamadas Style e R-Line. Fechando as mudanças na frente estão as luzes de neblina, agora na forma de uma linha vertical.
Passa uma sensação de ter mudado mais na traseira. As lanternas também adotam LEDs, em forma de X e com uma linha iluminada atravessando o porta-malas. O para-choque também foi redesenhado, com uma imitação de grade logo abaixo da tampa e que termina nas luzes de posição na vertical. Ao menos na Europa, manteve o “U” cromado invertido.
Ao contrário do que não aconteceu com o Polo reestilizado, o T-Cross traz um acabamento mais refinado, adotando materiais macios no painel e, nas versões mais caras, com imitação de costura. Isto elimina aquele desenho com uma barra central compartilhada com Polo e Virtus. Este mesmo material está nos painéis das portas. A central multimídia não ficará mais afundada no console, ganhando uma nova carcaça para deixá-la em destaque.
Virá de série com o painel de instrumentos digital de 8 polegadas, trocando por um de 10 polegadas nas versões mais caras, enquanto a central multimídia é de 8 polegadas nas configurações de entrada e 9,2 polegadas nas variantes topo de linha. Os faróis de LED também aparecem desde a opção mais barata, mas o sistema IQ.Light LED Matrix está só nas configurações Style e R-Line.
Algumas das novidades para a Europa não serão usadas no Brasil. Por exemplo, o T-Cross europeu cresceu 27 mm, agora medindo 4,135 metros, o que ainda é menos do que os 4,199 do modelo nacional. A razão é bem simples: aqui, o SUV compacto tem um entre-eixos de 2,651 m, contra os 2,563 m do europeu.
A motorização também é bem diferente e a única coisa em comum é o 1.0 turbo de três cilindros, que na Europa será oferecido nas versões de 95 cv, com câmbio manual de 5 marchas; e de 116 cv, esta última com 6 cv a mais e combinada a uma transmissão manual de 6 posições – tem uma caixa de dupla embreagem de 7 marchas como opcional.
O 1.4 TSI foi substituído pelo 1.5 TSI, ainda com 150 cv, porém com mais tecnologias como gerenciamento ativo de cilindros e um turbo de geometria variável, reduzindo o consumo de combustível. Neste caso, a única opção de câmbio é o DSG de 7 posições. Como a plataforma MQB-A0 não foi desenvolvida para receber versões híbridas, o T-Cross segue sem eletrificação, nem mesmo um sistema híbrido-leve.
E quanto ao Brasil? O Volkswagen T-Cross reestlizada foi visto em testes diversas vezes, em alguns casos até mostrando algumas das mudanças do modelo europeu. A expectativa era que fosse lançado ainda este ano, porém a fabricante já lançou a linha 2024 e anunciou um lay-off para a fábrica em São José dos Pinhais (PR), dispensando os funcionários por até cinco meses e reduzindo a produção do SUV compacto para apenas um turno. Assim, a renovação do utilitário chegará ao país somente em 2024, possivelmente no 1º trimestre. (Motor 1/Nicolas Tavares)