Jornal do Carro
É comum encontrar veículos customizados nas ruas. São exemplos viaturas dos bombeiros e da polícia. Entretanto, esse processo muitas vezes vai muito além da estética. Aqui no Brasil, a HPE Automotores, que representa as marcas Mitsubishi Motors e Suzuki Veículos, produz veículos personalizados. A fábrica da montadora em Catalão (GO) acaba de completar 25 anos, mas faz customização há apenas cinco anos. O Jornal do Carro foi até a unidade ver como funciona.
Apenas em 2022, 3.874 veículos customizados saíram de Catalão. Esse número equivale a 20% da produção da fábrica, que atualmente conta com mais de 300 mil m². De acordo com o diretor de manufatura da HPE, Edenilson Ducatti, esse segmento se tornou “um verdadeiro negócio”. Afinal, durante a pandemia, o setor de modelos personalizados representou 30% do volume de produção de veículos na unidade.
Lá, são feitos modelos com diferentes propostas. Tudo depende do pedido dos clientes, que variam entre exército, mineradoras e órgãos governamentais, por exemplo. Além disso, na linha de produção também são feitos os veículos adaptados para as corridas da Mitsubishi Cup. Atualmente, a fábrica conta com 33 projetos em andamento.
Como funciona?
A HPE realiza todos os processos de customização na linha de montagem, durante as etapas de construção dos veículos. Dessa forma, todos os acessórios têm garantia de fábrica. Conforme a marca, a decisão de implantar a produção das peças na casa veio para assegurar os mesmos níveis de qualidade de um veículo não adaptado. Afinal, a fábrica também produz a picape L200 Triton, bem como o SUV Eclipse Cross.
Ao todo, são cerca de 2 mil funcionários na unidade. De acordo com Ducatti, 38% são mulheres. O tempo de produção, por sua vez, varia conforme a complexidade dos projetos. Assim, para adaptações mais simples, pode levar 36 horas. Mas, para as mais complexas, a carga pode chegar a 80 horas. Dessa forma, um veículo customizado pode demorar até 180 dias para ser entregue.
Três etapas de customização na HPE
O processo de customização conta com três etapas: Body Shop, Pintura e Montagem. Na área de Body Shop há o processo de solda, bem como as adaptações na carroceria. Em seguida, os carros recebem os componentes extras que têm fabricação interna como, por exemplo, estribos, quebra mato, snorkel, entre outros. Uma das picapes expostas na fábrica era da Polícia Civil. Nela havia uma cela de detenção adaptada na caçamba, que foi feita dentro da linha de produção.
Um dos maiores desafios é a etapa de pintura, e não só para veículos customizados. Na fábrica, a carroceria precisa passar por banhos antes de mergulhar em uma enorme banheira e ganhar a camada anterior à pintura, o e-coat. Logo em seguida, vem o primer e a cor da carroceria, que é aplicada por robôs. O mesmo acontece com as peças. No entanto, para os veículos personalizados, há mais processos. Alguns deles incluem pintura 100% manual, como é o caso das camuflagens, por exemplo.
A última etapa é o processo de Montagem. Nela, são feitas as adaptações elétricas e de componentes especiais que incluem cela de detenção, capota de fibra, sinalizadores visuais e acústicos, película de proteção solar, entre outros. Vale dizer que apenas os componentes eletrônicos são comprados fora da fábrica, como rádios, giroflex, entre outros.
L200 Triton Savana é exclusiva do Brasil
A capacidade de customização da fábrica HPE permite também criar veículos exclusivos para o mercado brasileiro. Esse é o caso da nova L200 Triton Savana, que estreou agora em abril. A Savana se diferencia das demais versões pelos equipamentos. Nesse sentido, traz snorkel, estribos laterais, caçamba com material anti-risco (X-liner), bagageiro com rampa e caixa multifunções integrada. Conforme a marca, isso facilita o transporte de objetos pequenos.
Vale lembrar que a Mitsubishi está prestes a lançar a nova geração da L200 Triton. De acordo com a marca, a estreia global acontecerá no dia 26 de julho, na Tailândia. Mesmo sem revelar detalhes, a montadora começou a divulgar teasers do modelo, que dividirá chassi com a rival Nissan Frontier. Afinal, são parte da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. (Jornal do Carro/Jady Peroni)