AutoIndústria
As picapes estão novamente se destacando no mercado brasileiro em 2023. O segmento acumulou 144,3 mil licenciamentos nos primeiros cinco meses do ano, crescimento de 26% sobre igual período de 2022. Nessa mesma comparação, as vendas de automóveis e comerciais leves – o que inclui, além das próprias picapes, também furgões e vans – avançaram somente 10,5%.
Com esse desempenho comercial, as picapes representaram 19,1% dos quase 754,9 mil licenciamentos totais. É a maior participação dos últimos anos. De janeiro a maio do ano passado, a penetração desses veículos ficou em 16,7%, praticamente a mesma verificada ao longo dos 12 meses de 2022.
O maior volume de anos recentes foi cravado em 2021, quando 358,4 mil unidades chegaram às ruas, mas que representaram 18,2% dos licenciamentos de automóveis e comerciais leves. Bem maior, porém, do que o índice verificado, por exemplo, no último ano pré-pandemia. Em 2019, com 342,7 mil emplacamentos, o segmento representou somente 12,9% dos negócios totais.
Mais uma vez, como nos anos anteriores, as picapes grandes, segundo critério da Fenabrave, têm respondido pela maioria dos emplacamentos. Em 2023, já superaram 88,3 mil unidades contra 56 mil das compactas, há tempos um quase latifúndio da Fiat Strada.
E essa predominância dos modelos maiores deve aumentar ainda mais até o fim de 2023. Enquanto a oferta de compactas está limitada a praticamente dois modelos – a própria Strada, com 41,5 mil licenciamentos, 74% da categoria, e a Volkswagen Saveiro -, a categoria de grandes só tem se reforçado nos últimos meses, com atualizações estéticas e técnicas, e novos produtos.
Foram lançadas, por exemplo, a Chevrolet Montana, as Ford F-150, Maverick híbrida e a Ranger em nova geração e, mais recente novidade, a Ram Rampage, que se candidata a modelo mais vendido da marca e também à parte de cima do ranking que conta com pelo menos uma dúzia de alternativas.
Durante o lançamento de sua primeira picape nacional, na semana passada, executivos da Ram projetaram potencial de vendas de até 2 mil unidades mensais. Se assim for, a Rampage tem tudo para incomodar, de imediato, a Chevrolet Montana, picape de porte assemelhado e que somou 11,4 mil licenciamentos em cinco meses ou 2,8 mil por mês.
A liderança entre as picapes grandes segue com a Fiat Toro, prima-irmã da Rampage, com a qual compartilha plataforma, componentes e a linha de montagem da Stellantis em Goiana, PE. Neste caso, porém, mesmo considerando alguma possível canibalização da Toro em benefício da Rampage, o modelo da Fiat terá larga margem, pelo menos em 2023.
Só no acumulado dos cinco primeiros meses, a Toro alcançou 20,9 mil unidades licenciadas, 23,6% de um segmento que tem ainda produtos consagrados como a Hilux, da Toyota, segunda colocada ( 17,8 mil, e Chevrolet S10 (11,4 mil). Em 2022, a representante da Fiat somou 49,6 mil unidades e manteve sólida participação de 26% do segmento. (AutoIndústria/George Guimarães)