O Estado de S. Paulo/Oficina Mobilidade
Quando a família é grande, nem sempre o porta-malas comporta toda a bagagem de uma viagem. Uma das soluções para ampliar o espaço das malas é instalar um bagageiro de teto. Para usá-lo, contudo, é importante ficar atento às normas vigentes.
“São determinações regidas pela Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) 359/2010, que dispõe sobre o transporte eventual de cargas ou de bicicletas nos veículos, classificados nos tipos automóvel, caminhonete e utilitário”, afirma Gilmar Vigiodri Godoy, engenheiro mecânico, de segurança do trabalho e de operação e fabricação mecânica.
Segundo Godoy, a norma estabelece que não se deve empilhar a bagagem, além de respeitar o peso colocado sobre o bagageiro, atendendo às especificações definidas pela montadora (normalmente até 50 kg de carga).
Também se deve evitar que a carga extrapole a largura do veículo – excluindo-se os espelhos retrovisores –, bem como ultrapassar o comprimento do teto.
Existem bagageiros abertos e fechados que, normalmente, têm instalação e uso instruídos pelas empresas fabricantes.
Seja qual for o modelo, é importante que a carga esteja acondicionada e bem presa, levando-se em conta as seguintes orientações:
- Não colocar em perigo as pessoas nem causar danos às propriedades públicas ou privadas;
- Não atrapalhar a visibilidade à frente do motorista nem comprometer a estabilidade ou condução do veículo;
- Não provocar ruído e poeira;
- Não ocultar as luzes, incluindo as de freio, os indicadores de direção e os dispositivos refletores; ressalvada a ocultação da lanterna de freio elevada;
- Não exceder a largura máxima do veículo;
- Não ultrapassar as dimensões autorizadas para veículos estabelecidas na Resolução do Contran 210/2006, que estabelece os limites de pesos e medidas para veículos que transitam por vias terrestres;
- Todos os acessórios, como cabos, correntes, lonas, grades ou redes que sirvam para acondicionar, proteger e fixar a carga, devem estar ancorados,
- A carga não deve sobressair ou ser projetada além do veículo pela frente.
O comportamento dinâmico de um carro com bagageiro sofre alterações. No entanto, se as instruções forem seguidas à risca e se o motorista respeitar os limites de velocidade, o acessório não representa risco em ruas e estradas.
“De toda forma, o centro de gravidade e a aerodinâmica do veículo podem mudar devido à maior incidência de atrito com o ar”, diz o engenheiro. “Quando há uma área maior de contato com o ar, a resistência para o deslocamento também aumenta. O carro é projetado para trabalhar com as condições externas, adicionando peso fora de sua estrutura. Nesse caso, o motorista precisa redobrar a atenção”. (O Estado de S. Paulo/Oficina Mobilidade)