Caminhões: programa de desconto do governo não decola

AutoIndústria

 

Enquanto a liberação de crédito para compra de carro 0 km com desconto segue em expansão, a relativa a caminhões e ônibus novos estancou a partir do primeiro balanço divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio, Indústria e Desenvolvimento (MDIC) divulgado na última terça-feira, 13, portanto há seis dias.

 

Dos R$ 700 milhões aprovados para os caminhões, apenas R$ 100 milhões – ou 14% do total – foram consumidos até agora. No caso dos ônibus, o índice é maior, de 43%, mas a liberação de R$ 130 milhões dos R$ 300 milhões disponíveis não sofreu alteração na última semana.

 

O problema do programa de descontos para pesados é que a pessoa ou empresa interessada tem de entregar à concessionária um caminhão ou ônibus com mais de 20 anos de uso para que os veículos velhos devem ser encaminhados a recicladoras cadastradas nos Detran.

 

Na prática, contudo, as empresas grandes não têm mais caminhão com 20 anos de uso e quem tem um veículo nessa condição, em geral o caminhoneiro autônomo, não consegue comprar um novo, mesmo com desconto.

 

No caso dos ônibus, são 13 as empresas que aderiram ao programa: Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Ford, Volkswagen, Volvo, Mercedes-Benz Cars & Vans, Comil, Ciferal, Marcopolo, Volare, Iveco e Caio. As de caminhões são Volkswagen Truck, Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Peugeot Citroen, Volvo, Ford, Iveco, Mercedes-Benz Cars & Vans e Daf Caminhões.

 

Os descontos para pesados vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil, a depender da capacidade de carga ou de passageiros.

 

MP 1.175 – Tabela de descontos de pesados

 

Quando foi publicada a MP 1.175, dia 6 de junho, a Anfavea previu que o programa destinado aos automóveis duraria apenas um mês, mas nada adiantou sobre o que esperava do pacote para os pesados em relação ao seu período de duração. No caso dos caminhões, o valor médio do produto é hoje da ordem de R$ 700 mil, o que significa que o crédito de R$ 700 milhões poderia gerar venda de novos na troca pelo usado da ordem de 10 mil unidades.

 

O programa para pesados visa reativar as vendas no segmento, afetadas pela mudança das tecnologias Euro 5 para a Euro 6, que, segundo MDIC, elevou os preços entre 15% e 30%. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)