Sustentabilidade no transporte coletivo

O Estado de S. Paulo/Mobilidade

 

A mobilidade entra em uma nova era de inovação, com uma intensa troca de informações e tecnologias entre os tradicionais players do mercado, além de novos entrantes que cruzam fronteiras e aceleram cada vez mais o desenvolvimento de produtos e serviços mundialmente.

 

O estudo O Futuro da Mobilidade, recém-publicado pela McKinsey, traça um cenário bastante interessante sobre as principais tendências até 2035. As regulamentações do setor, por exemplo, reforçam a crescente necessidade de reduzirmos a pegada de carbono, por meio de produtos movidos a energia limpa e que promovam a sustentabilidade ambiental.

 

Contexto desafiador

 

Em 2020, o setor de transporte foi responsável por cerca de 20% das emissões de gases causadores do efeito estufa no mundo, sendo que 40% desse total foi gerado por carros particulares, segundo a consultoria. O levantamento também aponta que mais de 150 cidades implementaram medidas para reduzir o uso dos veículos particulares e, consequentemente, das emissões de gases, em busca de um sistema de transporte mais amigável para o ambiente.

 

A ampliação do transporte coletivo tem muito a contribuir para revertermos esse cenário, ainda mais com o avanço da eletromobilidade.

 

A frota de ônibus elétricos na América Latina saltou de 725 veículos, em 2017, para 4.133, em 2023, segundo dados da plataforma E-Bus Radar, que monitora o avanço do segmento em diversos países. Com isso, mais de 400 quilotoneladas de emissões foram evitadas de janeiro a abril deste ano.

 

Portanto, nas nossas mesas de discussões estratégicas no setor, o tema prioritário é o futuro da mobilidade no País, e, no contexto global, com foco na sustentabilidade ambiental e social.

 

Do ponto de vista desta última dimensão, testemunhamos a importância da crescente retomada do transporte público e rodoviário após a pandemia da covid-19, com ganhos para todos os envolvidos: passageiros, operadores e indústrias do setor.

 

A população urbana segue crescendo; portanto, no topo das agendas das municipalidades, está o avanço do sistema de transporte. É fundamental que haja, nesse sentido, ampliação e renovação de frotas de ônibus associados aos sistemas de transporte público, que atendam a população com mais eficiência, mais conveniência e menos custos no longo prazo.

 

Na Marcopolo, como parte desse processo de transformação, iniciamos a produção de ônibus completos e movidos a energia limpa para fazer frente às novas demandas globais. E ainda há espaço para muitas inovações pela frente.

 

Vejo perspectivas vibrantes que vão redesenhar a forma que nos locomovemos no mundo para muito além de 2035. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade/Embaixador André Vidal Armaganijan CEO da Marcopolo)