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A publicação da Medida Provisória 1.175, que concede descontos no carro novo até R$ 120 mil, deve aquecer o mercado automotivo nas próximas semanas. Com parte do desconto do governo federal (de R$ 2 mil a R$ 8 mil) e outra parte das próprias montadoras, há modelos com abatimentos que chegam a R$ 19 mil.
O governo vai destinar R$ 1,5 bilhão em créditos tributários – R$ 500 milhões para incentivo a veículos leves; R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus e vans.
Entre os critérios, os modelos devem atender a uma faixa de preços e padrões de eficiência energética e de componentes nacionais para conquistar descontos que vão de 1,6% a 11,6% – um pouco mais do que havia sido anunciado anteriormente.
Enquanto o desconto do programa do governo para carros populares é de até 11%, um ex-perito criminal gaúcho aplica técnica que pode reduzir o preço do carro de 40% a 70%.
Algumas montadoras, para incrementar as vendas, ainda oferecem bônus sobre o valor de incentivo do governo.
As pessoas físicas têm exclusividade na compra até 21 de junho – 15 dias após a publicação da MP. Se a demanda estiver aquecida, esse prazo poderá ser prorrogado.
Isso porque o governo federal destinou um limite de R$ 500 milhões para o programa. Em um segundo momento, os descontos valerão também para frotistas e locadoras (CNPJ). Atingido esse valor, os descontos acabam.
A Anfavea, que representa as montadoras, estima que as promoções devem terminar em quatro semanas ou pouco mais.
Ainda assim, não há motivo para uma compra por impulso e sem planejamento: pesquise antes de fechar negócio. Confira no fim dessa matéria os descontos oferecidos pelas montadoras até agora.
Aconteceu em 2008, 2008 e 2016 – e tem tudo para se repetir agora em 2023: conheça o plano estratégico para quem busca lucrar até R$ 500 mil com o bull market da bolsa brasileira nos próximos 36 meses.
Cuidado com o juro zero no carro
Se for financiar a compra do carro novo, fique atento aos juros. Conforme a instituição financeira, as taxas podem chegar a 30% ao ano.
Os juros quando colocados como “zero” estão embutidos no preço da etiqueta e a concessionária rejeita descontos, vendendo o carro pelo mesmo preço à vista ou financiado – o que não faz sentido. Ou ainda, a loja concede um pequeno desconto, mas acredite que os juros continuam ali, embutidos.
Tem ainda taxas e outros valores cobrados à parte, que oneram o financiamento.
A Volkswagen, por exemplo, anunciou bônus de até R$ 5 mil – adicionais aos descontos do governo – ou juro zero. Mas as duas coisas, bônus e sem juros, não existem.
Importante lembrar que ainda sobre os descontos dados por montadora e governo federal, a própria concessionária pode conceder outros benefícios, como IPVA ou acessórios.
Jeep reduz duas versões do Renegade
Nem todo carro nesta faixa de preço, até R$ 120 mil, participam das ofertas. Algumas montadoras elegeram versões, outras baixaram preços para chamar a atenção.
A Jeep, por exemplo, reduziu os preços de duas versões do Renegade: a de entrada, sem nome, apenas 1.3 Turbo e a Sport, com o mesmo motor.
A primeira é um recém-lançamento e representa o modelo de entrada: até semana passada custava R$ 125.990 e agora sai por R$ 115.990 (R$ 10 mil de desconto). Já a opção Sport, antes por R$ 134.990 agora custa R$ 115.990 (mesmo preço da outra), ou seja, uma redução de R$ 19 mil.
Por esse preço é vantajoso levar a Sport, que tem a mais alguns acessórios como rack de teto, filtro Healthy Cabin – remove mais partículas com impurezas do ar -, tapetes e tampão do porta-malas.
Ambas são equipadas com motor 1.3 turboflex de 185 cv de potência, câmbio automático de 6 marchas e tração 4×2.
A Jeep ainda estende as ofertas a PCD e táxi, baixando as duas versões para R$ 108.900 a clientes PCD e R$ 94.501 a clientes taxistas (IPI/ICMS).
Caoa Chery surfa na onda do carro novo
Antes mesmo do anúncio oficial do governo sobre o carro zero, a Caoa Chery lançou a nova versão Sport para o Tiggo 5x por sugestivos R$ 119.990.
O SUV certamente terá baixa pontuação do governo para atingir os critérios do programa, mas seu preço chama a atenção já que o modelo disponível acima dele custa R$ 149.990.
Os executivos não informaram o índice de nacionalização do modelo nem o consumo, mas pelos números do Inmetro o motor turboflex 1.5 de 150 cv é pouco econômico: faz 6,9/ 8,1 km/l (com etanol na cidade/estrada) e 9,9 / 11,5 km/l (gasolina).
Pela diferença de R$ 30 mil, a versão mais cara, Pro (R$ 149.990) do Tiggo 5x, traz de adicionais: rodas de 18” (as do outro são 17”), ar-condicionado digital dual zone, teto solar panorâmico, câmera 360 graus e faróis em LED.
Hyundai, Volks e Fiat oferecem bônus extra
A Hyundai estendeu os descontos para as linhas HB20 hatch e sedã e o SUV Creta, com abatimentos até R$ 12,3 mil.
Já versões de HB20S e Creta com preço original acima de R$ 120 mil, ou seja, não contempladas pela ação do governo, possuem condições especiais. É o caso do HB20S Platinum Plus, com R$ 6 mil de desconto direto da montadora.
Já para os Creta Comfort e Limited, os consumidores podem escolher entre desconto de R$ 5 mil ou valorização de R$ 10 mil na troca pelo usado. As versões Platinum, N Line e Ultimate do SUV têm valorização de R$ 4.500 na troca do usado.
A Volkswagen também oferece bônus de até R$ 5 mil conforme a versão do carro, além dos descontos do governo. O Polo MPI, por exemplo, teve o maior abatimento da linha, R$ 8 mil, e passa a custar R$ 78.390.
A Fiat anunciou reduções totais que chegam a ser o dobro do oferecido pela iniciativa do governo em algumas versões. No total, são 6 modelos e 21 versões que se enquadram nos requisitos. Os incentivos totais do governo e montadora atingem R$ 12 mil em algumas versões.
Destaque para o Pulse, com abatimento de R$ 11.000 no Drive 1.3, que passa a custar R$ 89.990. Entre os modelos de câmbio automático, as versões Drive 1.3 AT e Audace T200 AT ficaram mais baratas e passam a custar R$ 102.990 e R$ 109.990, respectivamente.
A Chevrolet foi consultada, mas não retornou às nossas solicitações. Confira abaixo todos os descontos anunciados pelas montadoras até agora. (Portal Seu Dinheiro/Lucia Camargo Nunes)