Motor 1
O segmento de sedãs médios segue desaparecendo lentamente e a vítima da vez é o Chevrolet Cruze. A própria General Motors anuncia o fim do modelo, junto com o hatch médio Cruze Sport6, revelando que a produção em Santa Fe (Argentina) será encerrada no final de 2023. De acordo com a empresa, a capacidade produtiva será transferida para o Tracker, que também começou a ser feito no país vizinho em meados de 2022. E não fala nada sobre um novo carro para substituir o Cruze.
O fim do Chevrolet Cruze já era esperado há um tempo. A Argentina era o único lugar do mundo onde ainda era produzido e, recentemente, o jornal Ámbito Financiero revelou que os concessionários e fornecedores já haviam sido avisados de que o sedã pararia de ser fabricado em novembro. Outro indicativo foi que a GM parou de oferecê-lo nos planos de consórcio no país vizinho.
O Cruze continuará sendo produzido até o final de 2023, fechando um ciclo de fabricação bem-sucedido de quase 8 anos na Argentina. A GM continuará produzindo peças de reposição em seu Complexo Industrial Automotivo neste país pelos próximos 10 anos.
Assim, a linha de produção do Cruze será alterada para montar mais unidades do Tracker, abastecendo não só a Argentina como alguns países vizinhos, aumentando a presença do SUV compacto. Isto deve ajudar também o Brasil, com mais unidades disponíveis nas concessionárias. A linha de montagem do motor 1.4 turbo seguirá trabalhando por mais um tempo, para fazer peças de reposição. Motor1.com Argentina apurou que a GM até olhou se poderia usar o 1.4 turbo para o Tracker, mas não seria possível.
A GM não fala sobre um substituto para o Cruze, tanto para ocupar seu espaço na fábrica na Argentina quanto para o segmento. Até existe um modelo que poderia ser feito no país vizinho, o Equinox, por usar a mesma plataforma D2XX, porém a empresa nunca se interessou em produzi-lo localmente, embora pudesse ser uma manobra para que ganhasse mais espaço no segmento, enfrentando ao menos o Volkswagen Taos pela 3ª posição na categoria.
Em alguns mercados como China e México, o Cruze foi substituído pelo novo Monza, também conhecido como Cavalier. É um pouco menor, medindo 4,63 metros de comprimento, contra os 4,66 m do Cruze, e tem um motor 1.3 turbo de 163 cv e 23,5 kgfm, enquanto o nosso sedã médio tinha o 1.4 turbo flex de 153 cv e 24,5 kgfm. Até poderia ser feito na Argentina, considerando que sua plataforma GM-PATAC K é uma versão simplificada da D2XX. Porém, com o estado atual do segmento dos sedãs médios, a GM não deve estar interessada em outro carro deste tipo para a América Latina.
Com isso, temos cada vez menos sedãs médios no Brasil. Apenas Toyota Corolla e Nissan Sentra tem mais volume de vendas e dominam a categoria. O Caoa Chery Arrizo 6 perdeu espaço, enquanto Honda Civic e Volkswagen Jetta apostam em um público mais seleto e com maior poder aquisitivo. Também é o fim do segmento dos hatches médios generalistas, que tinha o Cruze Sport6 como o último sobrevivente – agora, só existem opções premium como Audi A3 Sportback e Mercedes-Benz Classe A. (Motor 1/Nicolas Tavares)