AutoIndústria
A produção de veículos em maio foi a maior deste ano, com total de 227,9 mil unidades. É um volume 27,4% superior ao de abril (178,9 mil) e 6,2% maior do que o registrado no mesmo mês de 2022 (206 mil). Como o mercado patinou na segunda quinzena, o reflexo foi um aumento de 22% no estoque das montadoras e das concessionárias, de 206,1 mil para 251,7 mil no comparativo mensal.
Ao divulgar as informações, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, explicou que foram ações estratégicas das montadoras para fazer frente ao esperado anúncio da chamada MP do carro popular, que acabou tendo abrangência maior do que a esperada inicialmente e entra em vigor nesta terça-feira, 6.
Ele lembrou que três montadoras decidiram suspender lay-off diante da perspectiva de redução no preço dos automóveis, dentre elas a Volkswagen na fábrica de Taubaté, SP, onde produz o Polo, mostrando-se otimista quanto ao aumento da demanda a partir da divulgação dos novos preços das montadoras que já começaram a ocorrer na segunda-feira, 5.
Por causa da demanda reprimida, houve 14 paralisações de fábrica no acumulado de janeiro a maio. Com o aumento da produção no mês passado, o setor acumulou 943 mil veículos fabricados no ano, um aumento de 6,2% sobre os 888 mil do mesmo período de 2022. No total, o setor encerrou maio com 129,5 mil veículos estocados nas concessionárias e 122,2 mil nas montadoras. No mesmo comparativo, o mercado interno teve alta de 9,3%, passando de 740 mil para 809 mil unidades.
Segundo o presidente da Anfavea, o mercado teve dois movimentos em maio. No caso dos veículos do segmento de entrada, as vendas cresceram 13% na primeira quinzena e caíram 16% na segunda, em função justamente da expectativa de redução de preços, que acabou acontecendo a partir da concessão de bônus e não da redução de impostos, conforme previsto antes.
Importante, na avaliação de Lima Leite, é que os descontos vieram. Além da redução propiciada pela MP 1.775 publicada pelo governo federal na madrugada desta terça-feira, 6, também as montadoras estão colaborando, tanto é que a Renault, por exemplo, anunciou redução de 15% no preço do Kwid, o seu modelo de entrada. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)