AutoIndústria
A XCMG, gigante chinesa fabricante de máquinas pesadas, começou a oferecer ao transportador brasileiro o primeiro cavalo-mecânico elétrico do País. Com peso bruto total combinado (PBTC) de 49 toneladas e configuração 6×4, o E7-49T chega para atender operações em rotas dedicadas de curtas distâncias rodoviárias. Com um conjunto de bateria de 282 kW, o modelo promete autonomia de 150 km.
Ricardo Senda, responsável pela divisão de elétricos da XCMG, entende que a novo produto deve ser incorporado a um projeto de transporte, no qual a estação de recarga também esteja entre as prioridades. “Temos solução de equipamentos de 360 kW, o que permite recarregar 100% das baterias em apenas 1 hora.”
Não se trata, no entanto, de um projeto barato. Apenas o caminhão custa R$ 1,3 milhão e a estação de recarga, em torno de R$ 200 mil. O investimento pode ficar ainda mais alto, caso o transportador opte por adicionar infraestrutura de troca de bateria.
Sistema permite substituição de bateria durante operação
O modelo da XCMG tem o chamado sistema swapping, tecnologia que permite a substituição do conjunto de bateria, sai a descarregada entra a carregada. É uma tarefa que leva em torno de 6 minutos, mas que exige aporte em construção civil, guindaste de pórtico aéreo e baterias adicionais ao custo por volta de R$ 750 mil cada.
Em projetos que exigem menos ambição, no entanto, o executivo da XCMG garante que o E7-49T fecha a conta nas operações. “Com a chegada dos caminhões Euro 6, o investimento inicial em relação aos elétricos é quase mesmo”, compara Senda. “Depois, os custos da operação com elétricos são menores. Preços da energia e de manutenção são mais baratos. Pelo estudo que temos, o quilômetro rodado custa R$ 3,60 com o diesel, enquanto com o elétrico sai por R$ 0,75.”
Junto ao cavalo-mecânico, a empresa também passa a oferecer na linha de elétricos rodoviários o E7-29T, caminhão rígido 8×4 com capacidade para atender necessidades de até 45 toneladas de peso bruto total (PBT). No portfólio de veículos acionados por bateria constam também os caminhões fora de estrada, destinados a tarefas severas na mineração, além de pá-carregadeiras e escavadeiras.
Plano de produção de caminhão elétrico no Brasil
A XCMG espera vender ao menos 3 mil caminhões elétricos em três anos, expectativa que segue ao lado de plano de localizar a produção no País. Parte do necessário a companhia já tem por aqui, com a unidade fabril em Pouso Alegre (MG), construída em 2014, onde aplicou US$ 500 milhões para manufatura de máquinas e equipamentos, em especial da linha amarela.
“Dependemos de uma cadeia de suprimentos. Não há como viabilizar a produção da bateria, mas não é tão difícil nacionalizar componentes, como chassi e cabine. Estamos em tratativas com o BNDES e enxergamos a produção dos caminhões elétricos em um ou dois anos”, revela Tian Dong, vice-presidente da XCMG. (AutoIndústria/Décio Costa)