Fenabrave: mercado entra em “compasso de espera”

AutoIndústria

 

Com exceção de 2020, quando o mercado paralisou por completo diante da eclosão da pandemia da Covid-19, o setor teve no mês passado o pior maio desde 2016. A informação é do presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr., ao relatar que as associadas da entidade estão informando total paralisação nas vendas esta semana, por conta de o consumidor estar em “compasso de espera”.

 

“Essa é uma situação muito difícil pois, além das metas estabelecidas pelas montadoras, as concessionárias têm compromisso com mais de 310 mil colaboradores diretos”, comenta o executivo ao falar da expectativa da MP que vai reduzir os dos carros até R$ 120 mil, conforme projeto antes definido como de resgate do carro popular.

 

“Como o governo anunciou tal intenção no dia 25, o mercado não chegou a ser efetivamente afetado na última semana do mês por haver um um certo intervalo entre a data da compra do carro e seu registro pela Senatran. Mas agora o mercado está efetivamente paralisando e é inevitável, segundo Andreta Jr., uma maior retração nos emplacamentos nestes primeiros dias de junho.

 

Por isso, argumenta o presidente da Fenabrave, é preciso haver celeridade do governo no anúncio e implantação efetiva das medidas. No dia 25 foi anunciado que o Ministério da Fazenda precisaria de 15 dias para avaliar a questão fiscal. Atualmente, até por conta do feriado de Corpus Christi, há grande expectativa de que esse anúncio ocorra no começo da semana que vem.

 

Representante de 54 Associações de Marca, com de mais 7.300 pontos de venda, a Fenabrave voltou a manifesta-se contra intenção do MDIC de editar MP autorizando vendas diretas. “A comercialização dos veículos deve ser realizada, exclusivamente, por meio das concessionárias de veículos existentes no Brasil, a fim de garantir que o benefício fiscal chegue, efetivamente, ao consumidor final”, diz Andreta Jr.

 

Com relação ao mercado, a média diária de vendas de automóveis e comerciais leves em maio ficou em 7.560 unidades, com queda de 10,3% sobre as 8.420 de abril.

 

“Com esse resultado, o mês de maio, excluindo o do ano de 2020, quando vivíamos o auge da pandemia e muitas concessionárias estavam apenas com suas oficinas abertas, se tornou o pior desde 2016. Na primeira metade da década de 2010, o mês de maio chegou a registrar mais de 300 mil autos e leves emplacados. Precisamos, urgentemente, que as medidas do Governo sejam implantadas”, alertou o presidente da Fenabrave.

 

Segundo levantamento da entidade, maio de 2023 ocupa a 175ª colocação, em volume, no ranking histórico de emplacamentos de automóveis e comerciais leves. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)