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Brasil está encerrando o mês de maio com 3.254 pontos de recarga públicos para veículos elétricos, número 10% maior do que em dezembro de 2022, quando somavam 2.955 unidades.
O Brasil está encerrando o mês de maio com 3.254 pontos de recarga públicos para veículos elétricos, número 10% maior do que em dezembro de 2022, quando eram 2.955.
O balanço da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), feito em conjunto com a Tupinambá Energia, empresa de soluções inteligentes para veículos elétricos, aponta que existem, no País, 17 carros por carregador. Na Europa, a média é de 10 veículos; e, nos Estados Unidos, 12.
Aparentemente, a quantidade não é ruim, em comparação a mercados onde o veículo elétrico se encontra mais desenvolvido. No entanto, Davi Bertoncello, CEO da Tupinambá, pondera. “A distribuição dos eletropostos no Brasil é muito desigual. Ela está a contento nas regiões Sul e Sudeste, mas piora demais no Norte e no Nordeste”, afirma.
Ele estima que o Brasil chegará de 4.500 a 5.000 unidades até meados de 2024. Para que isso se torne realidade, ações e parcerias de empresas estão em curso. Veja algumas das principais iniciativas:
Parceria tripla
Audi e Porsche, que pertencem ao Grupo Volkswagen, se uniram à Raízen – empresa de energia e licenciada da Shell – para ampliar a rede de recarga para veículos elétricos no Brasil. Com investimentos de R$ 24 milhões, a iniciativa instalará 20 carregadores rápidos em postos Shell, até março de 2024.
Segundo as empresas, a nova rede será formada por carregadores rápidos de 150 kW, que proveem de 0% a 80% da bateria em 30 minutos. Por meio do aplicativo da Tupinambá, os clientes das duas marcas alemãs poderão agendar a recarga e efetuar o pagamento de modo digital. Isso permite o planejamento do usuário e evita filas na hora da operação.
Os consumidores também terão acesso aos demais pontos de recarga em fase de implantação pela Raízen, que integram o programa de eletromobilidade Shell Recharge.
“A Audi já possui vasto portfólio de carros eletrificados e busca expandir a infraestrutura no País. O avanço da eletromobilidade depende disso”, diz Daniel Rojas, presidente da Audi do Brasil. “Nosso foco é oferecer conforto e comodidade aos clientes”, atesta Peter Vogel, CEO da Porsche Brasil.
Audi e Porsche já investem em infraestrutura desde que os primeiros veículos elétricos começaram a desembarcar no mercado brasileiro. Agora, a ideia é reforçar os projetos de eletrificação.
No final de 2021, a Audi anunciou aporte de R$ 20 milhões na eletrificação integral de seus mais de 40 concessionários em todo o País, que passaram a oferecer carregador de 150 kW. No ano passado, 30 inauguraram eletropostos de carregamento rápido.
A Raízen, por sua vez, lançou o programa de recarga rápida Shell Recharge, no Brasil e na Argentina. A missão é atingir, globalmente, 2,5 milhões de pontos de recarga até 2030. No médio prazo, a companhia quer ampliar a meta no Brasil e em países da América Latina.
Já a Porsche desembolsou R$ 29 milhões na construção de um ecossistema de soluções de carregamento. Com isso, 180 carregadores AC foram instalados em pontos de conveniência, como hotéis, restaurantes e estabelecimentos comerciais. A rede de concessionários da marca disponibiliza 11 carregadores DC de 175 kW e dois carregadores de 350 kW.
Plataforma da Voltbras
Segundo Ana Luiza Berti, diretora comercial da Voltbras, startup especializada em tecnologia para a gestão de pontos de carregamento, a popularização dos veículos elétricos está diretamente ligada ao incremento da infraestrutura de recarga.
“Hoje, o motorista sente-se seguro com o carro elétrico, pois sabe que encontrará mais facilmente um local para recarga em diversos pontos das cidades”, revela Berti. “A disseminação de eletropostos incentiva a busca pelos veículos movidos a bateria. Isso forma um círculo virtuoso: o maior número de carros rodando faz surgir mais estações de recarga.”
A expectativa da empresa é de que o número chegue a 30 mil até 2025. Nesse cenário, a Voltbras vem desenvolvendo uma plataforma que facilita o gerenciamento da estrutura de carregadores.
“Havia uma lacuna de soluções para esse setor e faltava às empresas transparência sobre a estrutura de carregadores. Saber quais locais são mais procurados, e a jornada de compra do consumidor era muito difícil e feita de forma incipiente”, afirma a executiva.
Em 2023, novos negócios estão no radar da companhia. A perspectiva é triplicar o número de pontos de recarga na base, em comparação a 2022, e dobrar a carteira de clientes com redes de carregamento.
Modelos da Siemens
A empresa quer ampliar a oferta de carregadores elétricos no Brasil e anuncia dois lançamentos: Sicharge D e VersiCharge. O primeiro é carregador ultrarrápido para espaços públicos (como rodovias), com potência entre 160 kW e 300 kW. Assim, 20 minutos são suficientes para carregar de 20% a 80% da bateria. Essa solução também pode ser expandida com mais dois pontos de recarga rápida para atender a até cinco carros, simultaneamente.
O modelo VersiCharge, de 7 kW e 22 kW, já alimentava veículos da frota da Siemens e agora chega ao mercado de residências, empresas e estacionamentos. Com o VersiCharge, o usuário dispõe de controle para monitoramento, gestão integrada de cabos e indicadores de LED intuitivos.
A Siemens vem trabalhando também em projetos para o Megacharge, carregamento em até 3,2 mW de potência para veículos pesados. A tecnologia inovadora habilitará o uso em aplicações de longa distância. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade/Mário Sérgio Venditti)