O Estado de S. Paulo
A China está na frente na corrida para produzir baterias cada vez mais baratas e duráveis. Em Changsha, região central do país, químicos e engenheiros buscam alternativas de produtos que em breve estarão nos carros de todo o mundo.
Hoje, a Universidade Central South forma profissionais que estão fazendo a tecnologia avançar. O modelo lembra o que ocorreu na Universidade Stanford, que moldou as carreiras dos empresários do Vale do Silício pioneiros em microchips.
As baterias fabricadas principalmente com lítio levaram ao surgimento de celulares e outros produtos eletrônicos de uso pessoal. São elas que estão transformando a indústria automobilística e podem, em breve, começar a fazer o mesmo com os painéis solares fotovoltaicos e as turbinas eólicas, cruciais no combate às mudanças climáticas. E a China domina o refino químico e a produção delas.
O país asiático agora se prepara para mais um salto: substituir o lítio pelo sódio, um material muito mais barato e abundante. O componente, encontrado em todo o mundo como parte do sal, é vendido por 1% a 3% do preço do lítio e é quimicamente muito semelhante. Os avanços recentes apontam que as baterias de sódio podem agora ser recarregadas diariamente durante anos, reduzindo aos poucos uma vantagem fundamental das feitas de lítio. A capacidade de energia armazenada das baterias de sódio também aumentou.
A gigante chinesa CATL, a maior fabricante mundial de baterias para carros elétricos, diz ter descoberto um modo de usar as células de sódio e células de lítio num conjunto híbrido de baterias para automóveis elétricos. A empresa diz que agora está preparada para produzir em massa esses modelos híbridos de baterias.
“Estamos prontos para industrializá-lo”, afirma Huang Qisen, vice-reitor do Instituto de Pesquisa da CATL. (O Estado de S. Paulo)