Eletromobilidade avança na Europa

O Estado de S. Paulo/Mobilidade

 

A montadora chinesa BYD e a Shell EV Charging Solutions anunciaram acordo que deverá beneficiar cerca de 100 mil usuários de carros elétricos com o uso da rede exclusiva da Shell Recharge.

 

Enquanto no Brasil a infraestrutura de recarga para veículos elétricos cresce lentamente, na Europa o ritmo é mais acelerado. A montadora chinesa BYD e a Shell EV Charging Solutions anunciaram parceria que deverá beneficiar aproximadamente 100 mil clientes com o uso da rede exclusiva da Shell Recharge, com descontos nos locais de carga rápida e ultrarrápida da petrolífera.

 

Serão mais de 300 mil pontos de recarga em toda a Europa, instalados nos postos da companhia, nos hubs de mobilidade e nas ruas. As empresas que compram modelos da BYD para eletrificar suas frotas também terão acesso à infraestrutura pelo Cartão Shell híbrido, sistema de pagamento no abastecimento de carros movidos a combustíveis tradicionais e elétricos.

 

“Atuamos, ao lado da BYD, em muitas áreas da mobilidade elétrica, com parcerias na China, Índia e Europa”, diz István Kapitány, vice-presidente da Shell Mobility. “Queremos ajudar os clientes da BYD a dirigir a maior quilometragem possível com o suporte da nossa extensa rede Shell Recharge.”

 

Para Michael Shu, diretor-geral da BYD Europa, o acordo permite aos proprietários de automóveis da marca acesso às principais soluções de tarifação pública. “Os clientes podem usar a imensa rede de prestação de serviços da Europa, desembolsando valores bastante vantajosos”, garante. “A parceria, acima de tudo, ajuda a reduzir os custos de um carro elétrico.”

 

Em março de 2022, Shell e BYD selaram cooperação estratégica para acelerar a transição energética e melhorar as experiências de tarifação aos clientes. Na China, as duas criaram joint venture de cobrança para carregamento elétrico, que atualmente opera mais de 10 mil pontos.

 

Com resultados positivos, a parceria já existente na Europa e na Ásia tem potencial para se expandir em outros mercados. O Brasil está no radar. “A iniciativa pode ser aplicada no País, porque se trata de um investimento fundamental para o crescimento da infraestrutura de recarga”, diz Henrique Antunes, de vendas da BYD Brasil.

 

Ele destaca que a BYD mantém conversas não só com a Shell mas com outros players de olho no cenário da eletromobilidade nacional. “Esse trabalho, visando o aumento da infraestrutura, é um negócio próspero, que gera muita receita para as empresas envolvidas. Como a maior fabricante de veículos elétricos do mundo, a BYD não quer ficar de fora do jogo”, encerra. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade/Mário Sérgio Venditti)