Infraestrutura e poder aquisitivo ainda limitam elétricos na Europa

AutoIndústria

 

Principal mercado global ao lado da China, a União Europeia (UE) ainda não reúne, uniformemente, as melhores condições para a difusão mais intensa dos veículos elétricos e eletrificados recarregáveis. Ao menos é essa a análise da ACEA, a associação dos fabricantes europeus de automóveis, após contabilizar os números de vendas desses veículos em 2022 nos 27 países do bloco econômico.

 

Segundo a entidade, apesar dos esforços legislativos para reduzir as emissões de CO2 dos veículos, “existe uma notável falta de iniciativas tanto no nível da UE como nos níveis nacionais para acelerar a entrada no mercado de modelos recarregáveis”.

 

Os fabricantes europeus identificam a falta de incentivos financeiros e tributários, em especial nos países onde o poder de consumo é menor, e a infraestrutura de carregamento ainda insuficiente como fatores que agravam as disparidades de vendas e participação de elétricos entre os diversos países da região.

 

Em 2022, modelos elétricos e híbridos recarregáveis, os chamados plug-in (PHEV), representaram 21,6% dos carros novos matriculados na UE, mas tiveram apenas 9% ou menos da participação de mercado em mais da metade dos estados membros da UE. São países principalmente da Europa Central, Oriental e Meridional, onde a renda per capita é de cerca de € 13 mil ou menos.

 

Na Eslováquia, com renda calculada próxima de € 11 mil, esses veículos somaram apenas 3,7% de todos os licenciamentos, índice próximo da República Tcheca (3,9% e € 13,9 mil) e da Bulgária (4% e € 7,3 mil). Na Polônia e Croácia, onde o rendimento médio está entre €10,4 mil e €10,7 mil a fatia foi ligeiramente maior, 5%.

 

Os cinco países com menor participação de elétricos na Europa

Eslováquia: 3,7%

Rep. Tcheca: 3,9%

Bulgária: 4,0%

Polônia: 5,0%

Croácia:  5,0%

 

Os cinco países com maior participação de elétricos na Europa

Suécia:  56,1%

Dinamarca: 38,6%

Finlândia: 37,6%

Holanda: 34,5%

Alemanha: 31,4%

 

A contrapartida está em países da Europa do Norte e Ocidental, cujo rendimento líquido médio excede os € 32 mil. É o caso, em especial, da Suécia. Lá a renda na per capita é da ordem de € 35,5 mil e os veículos elétricos já representam por mais da metade dos licenciamentos, 56,1%.

 

A frota elétrica também se sobressai nos outros dois países escandinavos: na Dinamarca (€ 39,3 mil), com 38,6% do mercado, e na Finlândia (€ 33,2 mil ), 37,6%. Alemanha (31,4% e € 32, 8 mil) e Holanda (34,5% e € 40,3 mil) completam os cinco mercados que mais consomem, proporcionalmente, automóveis e comerciais leves recarregáveis.

 

“Esses números mais recentes são um lembrete pertinente de que a falta de incentivos do consumidor para a compra de veículos mais limpos e ecológicos está prejudicando o vasto potencial do mercado europeu de carros elétricos”, afirma em nota a Acea.

 

“Os tomadores de decisão devem agora agir de acordo. Agilizar a instalação de pontos de carregamento de veículos elétricos em todo o continente, especialmente em países onde a infraestrutura é notavelmente carente, é apenas uma dessas medidas. Além disso, os incentivos de compra, que ajudam a aliviar os desafios de acessibilidade enfrentados pelos consumidores europeus, podem estimular ainda mais a transição da Europa para um futuro líquido zero”. (AutoIndústria)