ABVE tem novo presidente em meio a estimativa de crescimento do mercado de ônibus elétricos alavancado por São Paulo

Diário do Transporte

 

O economista Ricardo Bastos foi eleito nesta segunda-feira, 27 de março de 2023, presidente da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), que reúne fabricantes de veículos leves e de caminhões e ônibus movidos à eletricidade ou híbridos.

 

A escolha ocorreu pelo conselho-diretor da entidade, que assume num momento considerado promissor para os diferentes segmentos de veículos elétricos, em especial para ônibus, alavancado pela cidade de São Paulo.

 

Como tem noticiado o Diário do Transporte, desde 17 de outubro de 2022, a SPTrans (São Paulo Transporte) proibiu que as empresas de ônibus comprem modelos movidos a óleo diesel, com exceção de micro-ônibus ou ônibus mídis (micrões), para os quais ainda não há muitas opções no mercado de elétricos ou a gás natural.

 

Segundo a SPTrans (São Paulo Transporte), as empresas de ônibus da cidade de São Paulo encomendaram até fevereiro de 2023, 2152 coletivos elétricos para o sistema municipal de linhas.

 

Deste total, 1480 unidades estão previstas para ser entregues ainda neste ano de 2023, mas o mercado teme ainda a falta de insumos e semicondutores na indústria automotiva em todo o mundo.

 

A reportagem também mostrou em 21 de março de 2023, em São Bernardo do Campo (SP), foi apresentado o modelo de financiamento e a frota que será maioria neste primeiro momento de inclusão de ônibus elétricos pelo Consórcio de fabricantes e fornecedores de serviços e negócios Eletra, Caio, WEG + Enel-X, Scania e Mercedes-Benz.

 

Ricardo Bastos é diretor de Relações Institucionais e Governamentais da filial no Brasil da gigante de automóveis chinesa GWM – Great Wall Motor.

 

O economista substitui Adalberto Maluf, que renunciou no dia 21 de março de 2023 para assumir o cargo de Secretário Nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, na pasta comandada pela Ministra Marina Silva, como também mostrou o Diário do Transporte.

 

Bastos recebeu 16 votos, dos 23 possíveis.

 

Segundo a ABVE, o economista ocupará a presidência da ABVE até a assembleia marcada para o dia 14 de abril, quando o seu nome será submetido a referendo pelos associados com direito a voto.

 

Uma vez confirmado pela assembleia, Bastos permanecerá na presidência até abril de 2024.

 

Em notam a ABVE fala das prioridades do executivo e faz um resumo da carreira.

 

Bastos foi vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) por 14 anos :

 

Prioridades

 

“Nosso papel à frente da ABVE será construir pontes e estabelecer um diálogo amplo, profundo e respeitoso com todas as entidades empresariais e instâncias governamentais envolvidas com a eletromobilidade, e reafirmar o nosso firme compromisso com a agenda do transporte elétrico limpo e sustentável no Brasil” – disse Ricardo Bastos.

 

“Vamos procurar dar continuidade ao excelente trabalho iniciado por Adalberto Maluf à frente da ABVE”.

 

Ele resumiu suas prioridades em cinco pontos:

 

  • Apoio às políticas públicas de incentivo à mobilidade elétrica, nos planos federal, estadual e municipal;
  • Consolidar a cadeia produtiva da eletromobilidade no Brasil, integrando a indústria de veículos à de infraestrutura, peças e componentes e prestadoras de serviço;
  • Aprofundar os vínculos entre a ABVE e as universidades, com o objetivo de produzir um conjunto de estudos de referência sobre eletromobilidade no Brasil;
  • Ampliar a produção de informações inéditas, relevantes e sistemáticas sobre o mercado da eletromobilidade, por meio da ABVE Data, braço técnico e estatístico da ABVE;
  • Defesa de um Plano Nacional de Eletromobilidade, por meio de amplo diálogo com o Governo Federal e o Congresso Nacional, em sintonia com os governos estaduais e municipais, empresas, investidores e universidades.

 

Perfil

 

Ricardo Bastos é economista, com 25 anos de experiência no segmento automotivo.

 

Com passagens pela Ford e Toyota, participou de momentos decisivos dessas empresas e de projetos de expansão e construção de novas fábricas no Brasil.

 

Foi um dos responsáveis pela estratégia de eletrificação e introdução no país de veículos híbridos flex. Também atuou na área ambiental e de ESG, participando da criação e ocupando a presidência da Fundação Toyota do Brasil por sete anos.

 

Foi ainda vice-presidente da Anfavea por 14 anos, onde atuou na formulação de políticas públicas e regimes para o setor automotivo, com destaque para o Inovar-Auto e Rota 2030. (Diário do Transporte/Adamo Bazani)