Nenhuma montadora está fazendo novo motor a combustão, diz CEO da Renault

Jornal do Carro

 

É público que o motor à combustão está com os dias contados, pelo menos na Europa. A proibição da venda de veículos novos com motores térmicos até 2035 já está aprovada, mas não será posta em prática tão cedo. Contudo, diversas montadoras se preparam para atualizar suas linhas de veículos, da combustão para o carro elétrico.

 

Marcas como Volvo, Jaguar, Ford (Europa), Bentley, Rolls Royce e Renault pretendem largar seus motores à combustão a partir de 2025. As montadoras do grupo Stellantis devem seguir pelo mesmo caminho, e abandonar os motores a gasolina e a diesel. O mesmo pode ser dito da Audi, que, a partir de 2026, lançará somente veículos elétricos, bem como vai encerrar a produção de modelos movidos a combustíveis fósseis em 2035.

 

Na Alemanha, rivais como Mercedes-Benz e BMW acompanham os passos da concorrência de perto, e oferecerão apenas versões elétricas de seus veículos até o final desta década. Isto, porém, só acontecerá em mercados onde isso seja obrigatório, como é o caso da Europa.

 

Empresas como as do Grupo Volkswagen (VW, Seat/Cupra, Skoda) já anunciaram que farão a transição para plataformas e veículos 100% elétricos. No caso da Volks, seus lançamentos também incluem o Brasil. Até mesmo as coreanas Kia e Hyundai terão apenas modelos elétricos, ao menos no Velho Continente, a partir de 2035.

 

Assim, a fala do CEO da Renault, Luca de Meo, evidencia a guinada totalmente elétrica das montadoras europeias. “Acho que não há ninguém que esteja desenvolvendo um motor completamente novo na Europa. Ninguém está, você sabe, a partir do zero, desenvolvendo um novo motor de combustão na Europa. Todo o dinheiro está indo para a tecnologia elétrica ou de hidrogênio”, afirmou o alto executivo da montadora francesa.

 

Apesar de forte, a fala deixa claro que esse momento da transição para motores elétricos é real e está acontecendo à toque de caixa. Motores como o W16 da Bugatti e os V10 que equipam esportivos como o Audi R8 e Lamborghini Huracán, por exemplo, serão extintos, em favor de versões menores e híbridas. No caso do esportivo italiano, noticiamos as novidades vindas da marca de Sant’Agatha Bolognese. Todos híbridos.

 

No caso da Europa, os motores à combustão ainda existentes devem sair de linha ou se adequarem às normas de emissão Euro7. Motores grandes à gasolina e diesel devem sentir o peso da legislação mais fortemente, e deverão ser substituídos por unidades elétricas em algum momento, por exemplo.

 

Contudo, uma corrente oposta aos avanços dos elétricos ganha força na Europa. Uma proposta de lei pode permitir manter a produção de veículos à combustão, desde que usem apenas combustíveis limpos. Entretanto, a proposta também prevê que esses carros, se abastecidos com outros tipos de combustível fóssil, não consigam rodar.

 

Contudo, a alternativa poderia permitir que o prazo para o fim dos motores à gasolina/diesel na Europa seja estendido, para depois de 2035. A Alemanha ainda se opõe ao projeto, mas segundo reportagem da agência Reuters, as negociações seguem em andamento. (Jornal do Carro/Rodrigo Tavares)