Estradão
A Scania Super, nova linha de caminhões da marca sueca, foi lançada no Brasil no fim de 2022. Entre os destaques, os modelos com motor de 13 litros atendem as regras do Proconve P8. Ou seja, o programa brasileiro de controle de emissões, equivalente ao europeu Euro 6. Segundo a fabricante, as novas soluções garantem redução de até 8% no consumo de diesel. E, quanto menor for o consumo, menos emissões o motor produz.
Para alcançar esse resultado, também há novos componentes. É o caso dos eixos superdimensionados e desenvolvidos pra atender as características severas das operações do Brasil. Sobretudo o agronegócio, cujo transporte é responsável por boa parte das vendas de caminhões pesados.
Segundo o engenheiro da Scania, Adriano Brito, até recentemente esses transportadores levavam em conta apenas a safra principal. Agora, há demanda inclusive no período de entressafra, que também é conhecido com safrinha. Porém, esse nome não se justifica mais. Afinal, em volume de toneladas os dois períodos são equivalentes.
Como resultado, as vendas de caminhões para o transporte da safra permanece aquecido durante o ano todo. Além disso, boa parte dessa frota roda 24 horas por dia. Dentre os modelos mais emplacados, aliás, estão os com peso bruto total (PBT) de até 74 toneladas.
Novos Scania têm motores de até 560 cv
Com as mudanças, os motores da nova gama passaram a se chamar Super DC13. O seis-cilindros em linha de 12,7 litros ficou mais potente e teve o torque ampliado. Portanto, há opções de 420 cv, 460 cv, 500 cv e 560 cv, com torque de 234,7 mkgf a 285,7 mkgf. Segundo a fabricante, uma das novidades são os dois comandos sobre o cabeçote. Bem como o virabrequim capaz de suportar pressão de até 250 bar.
Do mesmo modo, a transmissão foi renovada. Agora, para as versões com motores de 420 cv e 460 cv, a caixa é a G25. Para os com potência de 500 cv a 560 cv, a transmissão é a G33. Lançadas no Brasil em 2022, as duas têm 13 marchas à frente, bem como uma crawler (de força). Conforme a Scania, essas transmissões automatizadas garantem trocas de marcha mais rápidas.
Além disso, graças aos novos componentes, a tara diminui. Contribui com isso o peso das novas transmissões. Com peças feitas de alumínio, a G25CM é 75kg mais leve do que o GRS905, da geração anterior. Além disso, a G33CM pesa 60kg a menos que sua antecessora, GRS905. Como resultado, o caminhão pode transportar mais carga.
R 560 indicado ao agro
Segundo a Scania, o modelo ideal para operações de transporte do setor de agronegócio é o R 560. Ou seja, a versão com motor mais potente, que acaba de ganhar 20 cv. Além disso, outros sistemas e peças foram redimensionados. Agora, há novos eixos RB 885, cuja capacidade máxima de tração (CMT) passou de 78 t para 90 t. Trata-se de um ganho e tanto para quem opera com PBTC de 74 t.
De acordo com Brito, na geração anterior o caminhão operava quase que no limite da capacidade. De acordo com ele, toda a linha recebeu os novos eixos. “O componente foi desenvolvido para o mercado brasileiro e com o apoio da engenharia local”, afirma. Além disso, o cardan que liga o primeiro ao segundo eixo trativo foi redesenhado e ficou mais robusto.
Conforme o engenheiro da Scania, a mudança também atende demandas dos clientes brasileiros. “Nossos caminhões evoluíram não só do ponto de vista técnico, mas também na entrega de serviços”, diz Brito. Segundo ele, os veículos estão rodando cada vez mais. Por isso, a Scania passou a oferecer o plano de manutenção flexível.
Ou seja, quanto melhor e mais cuidadosa for a utilização, mais benefícios o cliente recebe, inclusive em relação aos preços do serviço de manutenção. Os sistemas instalados no próprio caminhão podem, por exemplo, mostrar como é feita a operação. Assim, as paradas para manutenção serão programadas de acordo com a necessidade. Como resultado, isso reduz os custos e amplia a disponibilidade do veículo. (Estradão/Andrea Ramos)