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Em dezembro de 2022 a indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou nova queda na sua receita líquida de venda em relação ao mesmo mês do ano anterior, a sétima consecutiva neste tipo de análise. Com isso, no ano de 2022, o setor registrou queda de 5,9% nas vendas. A indústria de máquinas iniciou o ano com queda da ordem de 4% nas vendas, na ocasião havia a expectativa de arrefecimento do quadro na segunda metade do ano, o que não se confirmou. O último semestre, e mais intensamente o último trimestre do ano, veio acompanhado de onda de incertezas que reduziu ainda mais as vendas máquinas e equipamentos.
Receita líquida
No último mês do ano, até mesmo as exportações de máquinas e equipamentos, com boa performance em quantidade de vendas ao longo do ano, contribuíram negativamente nos resultados medidos em reais pelo setor (-1,2%). Já as vendas no mercado interno, embora tenham reduzido a queda em relação ao início do ano, ficaram 7% abaixo no nível de 2021. Com este resultado, o setor fabricante de máquinas e equipamentos registrou queda de 5,9% nas receitas de vendas em 2022, interrompendo o ciclo de 4 anos consecutivos de crescimento que gerou a recuperação de 38,1% nas vendas em relação a 2017, mas antes de atingir o seu melhor nível de vendas que ocorreu no período 2010-2013.
Exportações
Em dezembro de 2022 o setor exportou US$ 1,2 bilhão em máquinas e equipamentos, segundo maior resultado do ano. Houve em 2022 oito meses em que as vendas externas apresentam resultado superior a US$ 1 bilhão, valores só observados em meados de 2012. Com isso, no ano (2022), as exportações do setor atingiram US$ 12,2 bilhões, um crescimento de 21% sobre o ano de 2021, mais de 20% da receita total do setor. No ano houve crescimento também na quantidade de bens exportadas, mas em patamar relativamente menor (6,5%).
Consumo aparente
A piora observada nas atividades da indústria extrativa, de transformação e também no setor agrícola em 2022, levaram a uma contração nos investimentos em máquinas e equipamentos no período. O consumo aparente, resultado da soma das máquinas importadas com as produzidas localmente e direcionadas ao mercado interno, registrou queda de 6,8% em relação ao ano de 2021. No mês de dezembro a queda foi da ordem de 8,3% ante o mesmo mês do ano anterior, a 12ª no ano neste tipo de análise. No período as importações ganharam 0,2 p.p do mercado local, passando a representar 36,9% das máquinas consumidas no país. (Portal Borracha Atual)