Montadoras preveem escassez de chips até pelo menos o final de 2023

Portal Exame

 

A indústria automobilística global sofrerá escassez de semicondutores no próximo ano, à medida que a mudança para veículos elétricos se acelera, alertaram as principais fabricantes de carros e chips do mundo.

 

Segundo uma consulta do Financial Times, empresas de semicondutores como a americana Onsemi já se comprometeram com remessas até o final de 2023, devido à forte demanda.

 

Com a produção no limite e, em alguns casos, sobrecarregando a capacidade da indústria, o comprometimento com pedidos antecipados impossibilita que no próximo ano o mercado crie ou atenda qualquer nova demanda.

 

Com isso, as montadoras estão se preparando para os problemas que o cenário possa trazer. Carlos Tavares, executivo-chefe da Stellantis, a quarta maior montadora do mundo em vendas, disse ao FT que ”as restrições de chips continuarão a assombrar a indústria automobilística no próximo ano”.

 

Do lado das fornecedoras há um impulsionamento na qual surfam, além de Onsemi, companhias como Infineon, STMicroelectronics, NXP Semiconductors e Nexperia.

 

No mês passado, a Infineon elevou sua previsão de crescimento de receita de 9% para mais de 10% nos próximos anos, sem dar um prazo específico.

 

A fabricante de chips alemã também anunciou um investimento de € 5 bilhões para construir uma fábrica de semicondutores analógicos, de sinal misto, em Dresden. O projeto é o maior da companhia em 24 anos.

 

Já a Onsemi está expandindo a produção nas fábricas de Rožnov, na República Tcheca, Busan, na Coreia do Sul, e New Hampshire, nos Estados Unidos, algo que deve aumentar a capacidade em 30% no próximo ano.

 

Uma boa notícia para os escassos chips automotivos é a queda na demanda de fabricantes de eletrônicos e gadgets para o consumidor final, como Intel e Samsung, que viram um desinteresse por seus produtos depois da pandemia.

 

Com isso, o gigante do setor como TSMC, que fornece para empresas como Apple, Google e Amazon, cortou suas despesas de capital planejadas em cerca de 10%. (Portal Exame/André Lopes)