Estradão
O levantamento mensal da B3, a Bolsa de Valores do Brasil, mostra uma queda relevante nas vendas por financiamento de caminhões e ônibus no País em 2022. O recuo chega a 11,9% na comparação com o total de 2021. Assim, as vendas a crédito somam 250.149 veículos pesados, enquanto que, de janeiro a novembro do ano passado, tinham 283.911 unidades. Entre os caminhões, são 229.130 financiamentos, ou seja, queda de 12,8% sobre os 262.769 feitos em 2021.
Financiamento: Novos vs Usados
Só em novembro, o País registrou 20.422 caminhões financiados entre novos e usados. Assim, apresentou queda mais amena, de 6,7% em relação às 21.895 unidades do mesmo mês de 2021. Ademais, neste ano, os caminhões usados puxaram o desempenho para baixo na comparação com os 0-km. Dessa forma, o setor registrou vendas de 8.959 modelos, volume 11,4% menor que o do mesmo mês de 2021. Naquele ano, foram 10.114 mil unidades.
Conforme apurado pelo Estradão, de acordo com a Fenauto, a retração nas vendas de caminhões usados ocorreu pela alta nos preços nos últimos dois anos. Além da restrição ao crédito. Da mesma forma, as vendas de caminhões novos a crédito caíram, mas de forma mais branda. Ou seja, 2,7% a menos que em novembro de 2021. Neste ano as vendas somaram 11.463 unidades frente aos 11.781 financiamentos no mesmo período do ano passado.
No caso dos modelos 0-km, a retração tem a ver com a falta de componentes para a produção dos veículos – como os semicondutores, por exemplo. Mas o crédito mais restrito nos bancos e financeiras também afetou o segmento.
Em ônibus, venda de novos cresce
O setor de ônibus apresenta estabilidade em 2022, com queda de só 0,6% no acumulado do ano. De janeiro a novembro, foram 21.010 unidades a crédito, enquanto no mesmo período de 2021, foram 21.142 ônibus financiados. Entretanto, tal como no mercado de caminhões, o desempenho dos ônibus usados foi mal. No mês passado, foram financiadas 1.290 unidades, uma queda de 28,6% na comparação com os 1.807 modelos entregues um ano atrás.
Assim, quando observados os modelos novos, as vendas são menores, porém com saldo positivo. O País vendeu 456 ônibus por financiamento em novembro. Ou seja, alta de 23,9% sobre as 368 unidades entregues no mesmo mês do ano passado. Isso tem relação com a demanda maior. Desde a crise pandêmica, o setor não renovava a frota.
CDC também cai
O levantamento aponta, por fim, que o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) continua como a modalidade mais procurada. Em novembro deste ano, 18.981 caminhões e ônibus foram vendidos por meio desse tipo de operação. Trata-se de uma retração de 5,5%, quando se compara com novembro de 2021, que registrou 20.095 unidades financiadas por CDC. (Estradão/Andrea Ramos)