Estradão
O aumento da demanda pelo transporte rodoviário de carga no País animou os transportadores. Com isso, muitos optaram pelo consórcio para renovar suas frotas. Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (ABAC), em 2022 devem ser vendidas mais de 215 mil novas cotas. Ou seja, se a estimativa se confirmar, haverá aumento de 76,7% ante o resultado de 2021.
De acordo com a ABAC, em 2021 foram vendidas 121.733 cotas de consórcio no mercado brasileiro. A associação informa que a alta está diretamente ligada ao reaquecimento da economia. Sobretudo de setores como agronegócio, construção civil e mineração.
Presidente da ABAC, Paulo Roberto Rossi disse ao Estradão que 56% dos participantes dos grupos de consórcio querem ampliar a frota. Além disso, 43,4% pretendem trocar os veículos antigos por novos. “O consórcio acompanha o bom momento da economia. Assim, a previsão de safra recorde de grãos, por exemplo, acelera o planejamento de compra”, diz.
Consórcio é atrativo para autônomos
Além disso, Rossi lembra que em 2022 a taxa de juros subiu muito. Atualmente, a Selic, que norteia a maior parte dos contratos de empréstimo, está em 13,75%. Assim, houve impacto direto nas operações de crédito, como CDC e Finame, as modalidades mais utilizadas na compra de caminhões.
Por sua vez, no consórcio não há cobrança de juros. Da mesma forma, em geral as taxas administrativas são relativamente baixas. Como resultado, o consórcio passou a ser ainda mais atrativo. Assim, chamou a atenção dos caminhoneiros autônomos.
De acordo com Rossi, em 2021, os frotistas eram maioria. Agora, mais de 64% dos compradores são autônomos e 35,3%, empresas. Vale lembrar que, caso não seja contemplado, o consorciado só pode retirar o caminhão depois de, em média, 100 meses. Porém, quem precisa do bem antes pode dar lances durante as assembleias mensais. (Estradão/Aline Feltrin)