Pedágios de rodovias paulistas têm reajuste de até 11,73%

O Estado de S. Paulo

 

Aumento entra em vigor amanhã. Em junho, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, havia anunciado congelamento.

 

O governador Rodrigo Garcia (PSDB) autorizou um aumento de mais de 10% nos preços dos pedágios, que passa a vigorar a partir da zero hora desta sexta-feira nas rodovias paulistas. Os novos valores constam de planilhas publicadas no Diário Oficial do Estado ontem. No dia 30 de junho deste ano, véspera de vigorar o aumento previsto em contrato, o governador, então pré-candidato tucano à reeleição, havia anunciado o congelamento dos pedágios, “para conter a alta desenfreada dos preços, principalmente dos combustíveis”.

 

O aumento varia de 10,72% a 11,73%, dependendo do indexador previsto no contrato de concessão, e vale para as 18 concessionárias de rodovias paulistas. Quem for pegar estrada para viajar de férias ou para as festas de fim de ano já deve incluir no cálculo dos custos o pedágio mais caro. A Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) informou que o reajuste visa à reposição das perdas inflacionárias ocorridas no período de 12 meses – entre junho de 2021 e maio de 2022.

 

O aumento atinge os pedágios administrados pelas concessionárias CCR Autoban, AB Colinas, Ecovias, Intervias, Renovias, CCR Spvias, Tebe, AB Triângulo do Sol, CCR Viaoeste, CART, Ecopistas, CCR Rodoanel, Rodovias do Tietê, Rota das Bandeiras, SPMAR, Viarondon, Tamoios e Entrevias. Com o reajuste, os pedágios das rodovias concedidas no Sistema Anchieta-imigrantes, que têm a tarifa mais cara, passam a custar R$ 33,80. Já as tarifas mais baratas, do Rodoanel Leste, passam a ser de R$ 3,30.

 

Acordo

 

Depois que o governador anunciou o congelamento das tarifas, em junho, a Associação Brasileira de Concessões Rodoviárias (ABCR) divulgou nota manifestando “grave preocupação com a adoção da medida anunciada, em um momento crítico, no qual as empresas ainda enfrentam os efeitos econômicos da covid-19 e o aumento expressivo do preço de insumos”. No dia 10 de julho, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) deu prazo de dez dias para que o governo estadual prestasse esclarecimentos sobre a suspensão do reajuste e informasse sobre os fundamentos da decisão. No mês seguinte, o governo de São Paulo assinou contrato com as concessionárias se comprometendo a reajustar os pedágios até 16 de dezembro (após as eleições).

 

Conforme a Artesp, o aumento está previsto expressamente nos contratos de concessão. “O reajuste era previsto inicialmente para julho, mas foi adiado pelo governo do Estado por causa da sensível conjuntura econômica existente na ocasião, com alta inflação e alta desenfreada dos preços, em especial de combustíveis”, disse, em nota. (O Estado de S. Paulo/José Maria Tomazela)