Jovem Pan
As montadoras instaladas no Brasil vão fechar o ano de 2022 com saldo positivo em relação ao ano anterior. De janeiro a novembro foram fabricados quase 2,2 milhões carros comerciais leves, caminhões e ônibus no país, o que já representa alta de 6,9%. Somente em novembro, foram produzidos 215,8 mil veículos, alta de 4,9% sobre outubro. Juntas, as montadoras possuem capacidade para fabricar 5 milhões de unidade, alcançando capacidade ociosa de mais de 50%. A principal dificuldade do setor continua sendo a falta de peças no mercado. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima, avalia que a produção não conseguiu atender a demanda dos consumidores em 2022, mas reconhece que o cenário econômico, com alta dos juros, afasta parcela significativa dos possíveis compradores de veículos. “A limitação da produção continua sendo o grande driver para 2023, porém, o mercado com essa composição de 70% de venda à vista e 30% a prazo acende um alerta para os próximos anos. O consumidor que, tradicionalmente, busca pela renovação do seu veículo se não tem o dinheiro à vista, ele não consegue mais fazer a troca”, analisa Márcio Lima.
Além do cenário apontado pelo presidente da Anfavea, após a pandemia da Covid-19 os preços dos veículos também subiram drasticamente. Um modelo considerado barato no mercado atualmente ultrapassa R$ 70 mil, fator inibidor natural de vendas. Assim, apesar do crescimento da produção, o acumulado do ano para as vendas permanece negativo: -1,3%, com 1,88 milhão. Em novembro, foram comercializados 204 mil apenas em novembro, superior em 17,9% a novembro de 2021. (Jovem Pan/Marcelo Mattos)