Jornal do Carro
Os preços dos carros elétricos ainda são bem altos no mundo inteiro, mas essa diferença de custo já está em queda – e tem data para chegar ao mesmo valor dos veículos híbridos e a combustão. E não vai demorar muito. É o que declarou Sylvain Filippi, diretor da Envision Racing, equipe de corrida da Fórmula E. De acordo com ele, o custo de fabricação de elétricos ficará equivalente aos dos modelos a combustão entre 2025 e 2026.
Desse modo, os preços também cairão daqui quatro anos, o que vai acelerar, portanto, a transição para os veículos alimentados por baterias. “Em 2025 ou 2026 começaremos a ver o ponto de equilíbrio do lado da oferta, pelo menos nos países desenvolvidos”, acredita Filippi. A declaração foi dada durante a conferência climática Reuters Impact.
Ele defende que, nos próximos anos, será mais caro fabricar automóveis tradicionais. Isso, portanto, deve fortalecer o segmento de elétricos. “Quando chegarmos lá (na igualdade de preços), seremos capazes de produzir carros elétricos em grande escala. Assim, a aceitação crescerá”, pondera o diretor da Envision Racing.
Um estudo da consultora AlixPartners estima que a participação de carros elétricos pode chegar a 33% do mercado no mundo até 2028. E a 54% das vendas até 2035. Para isso, espera-se investimentos na ordem de US$ 526 bilhões (R$ 2,7 trilhões, na conversão direta) das montadoras entre 2022 a 2026. Para comparação, os modelos de emissão zero sequer chegaram a 8% das vendas globais em 2021. Já no primeiro trimestre deste ano, o número subiu para cerca de 10%.
Filippi acredita, ainda, que a compra de carro a combustão não será boa ideia, uma vez que tais veículos serão “algo negativo”. Assim como outras tecnologias, como computadores e celulares, por exemplo, ele acredita que “a transição se acelerará muito rapidamente”.
Brasil ainda tem poucos carros elétricos
A transição ainda deve levar um tempo a mais por aqui. No Brasil, por exemplo, o carro mais barato do mercado, Fiat Mobi, custa R$ 65.890. Enquanto isso, o veículo elétrico mais em conta do mercado é o Renault Kwid E-Tech, com tabela de R$ 146.990. Diferença é de R$ 81.100 em um País onde o salário-mínimo chega a R$ 1.212.
Cabe ressaltar que o custo total de propriedade dos carros elétricos vem se mostrando competitivo em alguns mercados. Ou seja, mesmo pagando mais caro, alguns consumidores já percebem a vantagem dos elétricos a médio e longo prazos. Por exemplo, considera-se a manutenção com custo menor, os benefícios fiscais e, por fim, a vantagem de gastos na recarga. Por isso, mesmo que de maneira tímida, as vendas crescem também no Brasil. (Jornal do Carro/Vagner Aquino)