Banco Central eleva de 1% para 1,7% estimativa para o PIB de 2022

O Estado de S. Paulo

 

O Banco Central (BC) elevou sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, de 1% para 1,7%. A nova estimativa consta de apresentação realizada na manhã de ontem pelo diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen. Ele adiantou algumas informações que serão divulgadas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que, por conta da greve dos servidores, só será publicado na próxima quinta-feira.

 

O BC alterou a estimativa para a expansão da agropecuária, de avanço de 2% para 2,2%, enquanto a revisão para a indústria foi de recuo de 0,3% para alta de 1,2%. No caso dos serviços, o BC mudou a previsão de alta de 1,4% para 2,1%. A revisão acontece a despeito da elevação dos juros, que deve ter forte impacto na atividade econômica até o fim do ano.

 

O RTI informou alteração de 1,1% para 1,7% na expectativa de crescimento do consumo das famílias, e de 2,3% para 1,8% na previsão de alta do consumo do governo. O documento indica que a projeção para 2022 da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia – passou de queda de 1,5% para um recuo maior, de 2,7%. Todas as estimativas anteriores constavam do RTI divulgado em março.

 

Para o mercado

 

Na atualização parcial do Boletim Focus, divulgada pelo BC em 6 de junho, a projeção de PIB dos economistas consultados semanalmente pela autarquia estava em alta de 1,20%, e a mediana para 2023 era de 0,76%.

 

Nesta semana, também foi divulgado o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), com comparações entre abril e março de 2022 e abril de 2021. Conforme o indicador, o PIB brasileiro teve alta de 0,3% em abril, ante março, e de 3,6% em relação a abril de 2021.

 

No trimestre encerrado em abril de 2022 ante o mesmo período de 2021, o PIB avançou 2,8%. O Monitor do PIB antecipa a tendência do índice a partir das fontes de dados e metodologia do IBGE. (O Estado de S. Paulo/Thaís Barcellos e Lorena Rodrigues)