Diário do Grande ABC
A PLR (Participação nos Lucros e Resultados) da Toyota de São Bernardo vai injetar R$ 11 milhões na economia do Grande ABC. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não divulgou o valor que cada um dos trabalhadores vai receber por questões de segurança.
Os funcionários vão ter direito a duas parcelas, sendo que a primeira será paga ainda neste mês, e a segunda em dezembro. A negociação entre a empresa e o sindicato é válida por dois anos. Em 2023 o valor será corrigido pela inflação de janeiro a dezembro de 2022, com a incorporação de 1,5% de aumento real.
Na assembleia, que foi realizada na quarta-feira, os trabalhadores também reiteraram pontos da campanha salarial garantidos na negociação anterior, que prevê a aplicação do índice do reajuste salarial pela inflação integral (setembro/2021 a agosto/2022) com acréscimo de 1,5% de aumento real para este ano. E em 2023 a aplicação do INPC do período e o acréscimo do mesmo percentual de aumento real de 2022.
O diretor administrativo do sindicato, Wellington Messias Damasceno, lembrou que mesmo diante do anúncio de fechamento da empresa, formalizado em 5 de abril, a Toyota ainda permanecerá em São Bernardo por um ano e meio. A montadora irá transferir as operações de São Bernardo para as unidades de Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz entre dezembro desde ano e novembro de 2023.
“O sindicato estará a todo momento fazendo a representação destes trabalhadores, orientando e buscando os melhores acordos possíveis. Este acordo de PLR representa mais de 16% acima do que foi negociado ano passado. Conseguimos ainda deixar negociado a (PLR) do próximo ano e também na data-base já garantimos o INPC e o aumento real. Isso permite ao trabalhador ter previsão do quanto ele vai receber nos dois anos para poder tomar a decisão entre a transferência ou o PDV (Plano de Demissão Voluntária)”, afirmou o dirigente.
A Toyota e o sindicato acertaram que os trabalhadores que não quiserem acompanhar a empresa vão receber 35 salários, mais um salário a cada ano trabalhado. Os que se mudarem terão direito a 4,2 salários e mais um bônus de R$ 15 mil, além de estabilidade até novembro de 2026. “Para o sindicato é importante uma negociação como esta que passa a ser referência, mas principalmente para o trabalhador que consegue se programar e decidir sobre as opções negociadas no último acordo”, afirmou Damasceno.
Além disso, as tratativas possibilitaram chegar ao aumento no valor do vale-alimentação, no piso salarial (conforme a inflação), no teto salarial e a manutenção das cláusulas sociais. (Diário do Grande ABC/Nilton Valentim)