AutoIndústria
O mês de maio garantiu resultados positivos para a indústria automotiva, mas o setor continua aquém dos números que apresentava antes da pandemia da Covid-19 tanto em vendas internas como em produção. Com o maior volume do ano, saíram das linhas de montagem 205,9 mil veículos no mês passado, o que representou crescimento de 10,7% sobre as 186 mil unidades de abril e de 6,8% sobre maio de 2021.
Ao divulgar os dados do setor nesta terça-feira, 6, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, atribui os bons resultados ao arrefecimento da crise dos semicondutores. Segundo ele, os problemas não acabaram, mas o quadro está menos crítico do que nos primeiros quatro meses do ano.
De janeiro a maio houve paralisação em 16 fábricas brasileiras, na média de 20 dias em cada uma delas, e o setor deixou de produzir 150 mil veículos. Desde o ano passado, quando a perda ficou entre 350 mil e 370 mil unidades, são mais de 500 mil veículos que deixaram de ser fabricados no País por causa da falta de componente, principalmente os chips.
O setor chegou a produzir 1,24 milhão de unidades no período de janeiro a maio de 2019, volume que baixou para 631 mil no mesmo período de 2020, quando a Covid1-19 eclodiu no mundo e no Brasil. No ano passado a produção chegou a 982 mil, ou seja, há uma queda no acumulado do comparativo anual entre 2022 e 2021 da ordem de 9,5%.
A produção maior e o maior número de dias úteis propiciaram aumento das exportações e das vendas internas. Os 187,1 mil emplacamentos de maio representaram uma elevação de 27% sobre abril, quase empatando com o resultado de maio do ano passado.
Dentre outras medidas para evitar a desindustrialização do País, a Anfavea participa de grupo que debate a produção local de semicondutores. O presidente da entidade acredita nessa possibilidade, mas não vê perspectiva de o projeto sair do papel antes de 2 anos. Segundo ele, 26 fábricas de semicondutores serão inauguradas em outros países até o próximo ano, o que deve ser decisivo par acabar com a crise de abastecimento de chips.
“O Brasil não deve fazer parte da solução para o problema atual que vivemos”, comentou o executivo. “Mas acredito que possamos nos integrar a esse cenário de países produtores de semicondutores dentre de dois anos”. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)