Jornal do Carro
O Renault Kwid é o carro mais barato do Brasil. Com motor flexível, parte de R$ 62.790 e na versão elétrica, E-tech, que está em pré-venda no País, a tabela é de R$ 142.990. O hatch vem da China e, segundo a marca, tem autonomia para rodar até 298 km.
Avaliamos o elétrico que, por fora, é bastante parecido com o modelo, digamos, convencional. Entre as diferenças, a suspensão é um pouco mais alta, por causa das baterias, que ficam sob o assoalho, pesam cerca de 200 kg e têm capacidade de 26,8 kwh.
No porta-malas, o Kwid Etech traz um carregador para tomadas comuns, de 110 V e 220V. Nesse caso, o tempo de recarga chega a 10 horas.
Ou seja, o ideal é ter um wallbox, aquele carregador que pode ser instalado na parede de casa ou do escritório, de 7kwh. Com esse equipamento, dá para repor 80% das baterias em menos de três horas.
Em estações de alta potência (até 50 kwh), isso leva cerca de 40 minutos, segundo a Renault. Esse dispositivo ainda é um tanto raro, mesmo em grandes cidades do País.
Custo de recarga
Entre as vantagens, está o custo por km rodado. Para quem circula, em média, 35 km por dia, por exemplo, a despesa mensal é de pouco mais de R$ 62. No caso de um Volkswagen T-Cross com motor 1.0 turbo, o custo médio mensal é de R$ 610, considerando o abastecimento com gasolina a R$ 7,12 por litro. O cálculo foi feito com exclusividade para o Jornal do Carro pela startup Finclass.
O motor do E-tech vendido no País gera cerca de 65 cv, ante até 71 cv do 1.0 flexível do hatch “normal” abastecido com 100% de etanol. Já o torque, além de ser entregue instantaneamente, é de 11,5 mkgf. No três-cilindros, são 10 mkgf.
Como resultado, de acordo com informações da Renault, o Kwid elétrico pode acelerar de 0 a 100 km/h em 4,1 segundos. A velocidade máxima é limitada a 130 km/h.
Porém, no modo de condução Eco, que privilegia o consumo em detrimento do desempenho, o hatch não passa dos 90 km/h. Essa opção pode ser ativada por meio de uma tecla localizada no painel.
Em movimento
No rápido contato com o Kwid E-tech, constatamos que o Renault mantém as vantagens comuns dos carros elétricos. Ou seja, as arrancadas são mais vigorosas, o ruído a bordo é mínimo – há apenas um suave assovio nas acelerações –, e o hatch parece mais assentado sobre o asfalto. Isso tem a ver com o centro de gravidade, por causa das baterias sob o assoalho.
Além disso, não há alavanca de câmbio – a transmissão tem uma marcha à frente e uma à ré. No console central, há um seletor giratório por meio do qual é possível acionar as posições “D” (Drive), “N” (Neutro) e “R” (Ré).
A unidade disponível para test drive era muito bem equipada. Entre os itens havia, por exemplo, seis airbags e outros dispositivos que não são oferecidos na linha Kwid nacional.
É o caso, por exemplo, de acendimento automático dos faróis e controle de velocidade de cruzeiro. Entretanto, a tela do multimídia é menor e mais antiga que a de 8 polegadas do Kwid feito no Paraná. Também chama a atenção a cor verde exclusiva do hatch elétrico.
Quem adquirir um Kwid Etech agora só vai receber o carro entre julho e agosto. Além disso, o preço não é exatamente um atrativo. Para comparação, um Toyota Corolla GLI tem preço inicial de R$ 146.390 e um Jeep Renegade Sport T270 4X2, de R$ 131.835.l
Em tomada convencional, repor as baterias leva 10 horas. Em estações de carga rápida, 40 minutos. (Jornal do Carro/Diogo de Oliveira)