O Estado de S. Paulo
Somente oito veículos produzidos no Brasil têm sistemas de auxílio ao motorista que incluem frenagem automática, alerta de saída de faixa de rodagem e controle de cruzeiro adaptativo (que acompanha o ritmo do carro da frente). Embora não sejam obrigatórios, os três dispositivos estão entre os mais importantes em termos de auxílio ao motorista na prevenção de acidentes.
Isoladamente, aos poucos, eles começam a equipar os lançamentos, porque o Programa Rota 2030 estabelece a exigência de diversos itens como metas a serem cumpridas pelas montadoras. As empresas que cumprirem as normas previstas no programa terão desconto de IPI. Mas ainda são poucas as marcas que oferecem os três itens no mesmo modelo.
Um levantamento mostrou que somente seis marcas empregam os três itens em um mesmo automóvel nacional. A escolha baseou-se na importância desses equipamentos para a segurança dos ocupantes, pedestres e usuários de outros automóveis. A Jeep oferece esses sistemas em dois de seus SUVs (Compass e Commander). Além dela, só a Toyota equipa dois produtos de sua gama com esse pacote de segurança, caso do sedã Corolla e do SUV Corolla Cross.
Fora as duas marcas, outras quatro montadoras oferecem um automóvel cada com esses três equipamentos. É o caso da Honda (City, nas versões hatch e sedã), da BMW (320i), da Hyundai (Creta) e da Mitsubishi (Eclipse Cross). Mesmo assim, com exceção da Toyota, essas tecnologias estão presentes somente nas versões mais caras dos veículos.
Nos modelos da fabricante de origem japonesa, os equipamentos passaram a ser itens de série em todas as versões do sedã e do SUV, no início deste ano, e fazem parte do pacote Toyota Safety Sense. Antes disso, a tecnologia era oferecida apenas nas versões híbridas dos dois modelos.
As marcas que largaram na frente, as demais concorrentes, aos poucos, vão incorporando parte desses avanços em seus produtos. Embora não ofereça sistema de manutenção em faixa em nenhum veículo nacional, a Volkswagen passou a equipar a linha 2022 do T-Cross com controle de cruzeiro adaptativo e frenagem automática, a exemplo do Nivus.
Na Chevrolet, Tracker, S10 e Trailblazer são os modelos nacionais providos com frenagem automática. A Fiat equipa a picape Toro e o SUV Pulse com auxiliar de manutenção em faixa e frenagem autônoma. Os dois itens estão presentes também no Jeep Renegade e no Citroën C4 Cactus. Além de alertar sobre a saída da faixa, alguns modelos ajudam a corrigir a trajetória, movimentando a direção.
Nesses dispositivos mais sofisticados, o Programa Rota 2030 estipula que as montadoras deverão equipar seus automóveis com outros itens de segurança, alguns deles mais simples. É o caso, por exemplo, de indicadores de pisca nas laterais da carroceria e sensores de obstáculos na traseira.
Sensores de ponto cego também são itens considerados eficazes na redução de acidentes, porque são capazes de alertar o motorista sobre a presença de ciclistas, motociclistas e outros veículos em áreas próximas das laterais do veículo, mas fora do alcance dos retrovisores. (O Estado de S. Paulo/Hairton Ponciano Voz)