O Estado de S. Paulo
Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, avalia que os economistas do mercado precisam rever para cima suas expectativas para o crescimento da economia neste ano, a própria pasta comandada por ele reduziu as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.
De acordo com informações divulgadas ontem pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para a expansão da atividade neste ano passou de 2,1% para 1,5%, como adiantou na quarta-feira o Estadão/Broadcast. A projeção anterior havia sido divulgada em novembro do ano passado.
De acordo com o ministério, entre os fatores positivos que ajudarão o crescimento em 2022, estão a taxa de poupança elevada, a recuperação do setor de serviços, a contínua melhora do mercado de trabalho e o robusto investimento, tanto privado como em parceria com o setor público.
“Ao mesmo tempo, existem riscos neste ano a serem monitorados, notadamente a guerra na Ucrânia e seus impactos nas cadeias globais de valor, que já apresentam gargalos devido à pandemia. Adicionalmente, o risco da pandemia sobre o crescimento econômico e a inflação continuam sendo avaliados”, informou o documento.
O ministério manteve as projeções de crescimento da economia de 2023, 2024 e 2025: todas em 2,5%. Para 2026, a previsão – divulgada ontem pela primeira vez – também é de 2,50%. “Com a volta da taxa de participação e do nível de ocupação aos seus níveis históricos, estima-se crescimento do produto à taxa projetada de longo prazo (2,5%) no ano de 2023 e posteriores”, disse a SPE.
Inflação em alta
De acordo com o ministério, a estimativa para a alta de preços neste ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passou de 4,7% para 6,55%. Para 2023, a projeção é de 3,25%. No último relatório Focus, analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram que o IPCA deve ter alta de 6,45% em 2022 e de 3,7% em 2023. Todas as projeções para a inflação em 2022 estão bem acima do centro da meta deste ano, de 3,5%, que tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Rodrigues e Antonio Temóteo)