AutoIndústria
A Nissan começou a fabricar em Córdoba, Argentina, o que chama de Nova Nissan Frontier 2023. Não se trata de uma nova geração, mas de robusto face lift da picape que, além do mercado interno argentino, seguirá para o Brasil e também Chile e Colômbia. As mudanças na carroceria, de qualquer forma, são marcantes, sobretudo na dianteira, e devem estar nas concessionárias brasileiras já em abril.
A Nissan lançou a atual geração da Frontier no Brasil em 2017, importada do México, e começou a produzi-la na Argentina em meados do ano seguinte. Os brasileiros já compraram cerca de 30 mil unidades do comercial leve feito no país vizinho. Gonzalo Ibarzabal, presidente da Nissan Argentina, diz que, com a renovação, “as expectativas para este novo modelo são animadoras”.
Os revendedores brasileiros da Nissan, com certeza, torcem para que o executivo esteja certo. Com 11,8 mil licenciamentos, a marca comemora crescimento superior a 40% da Frontier no Brasil em 2021, o maior do segmento, mas segue na parte inferior do ranking de picapes grandes. Apenas na 7ª posição, segundo a Fenabrave. Ainda assim, melhor do que a 8ª colocação alcançada nos três anos anteriores.
A Frontier, de fato, nunca chegou a alçar voos mais altos nas vendas brasileiras, nem mesmo ameaça disso. Desde 2017, por exemplo, sua maior participação no segmento foi de 4,8%, alcançada exatamente no ano passado, contra a média de 3% nos anos anteriores.
A desvantagem para as concorrentes mais diretas é marcante: a líder Toyota Hilux vendeu 45,9 mil unidades, 21% do total do segmento, seguida pela Chevrolet S10, com 35 mil licenciamentos (15,9%). Até a Ranger, mesmo com a crise de imagem gerada pelo encerramento da produção brasileira da Ford, vendeu quase o dobro do que a Frontier: 20,5 mil unidades e participação de 9,3%.
Um bom desempenho da Frontier é para lá de importante para a Nissan no mercado brasileiro. O comercial leve representou 18% dos cerca de 64,9 mil veículos da marca negociados em 2021. Foi o segundo mais vendido, atrás somente do SUV compacto Kicks, fabricado em Resende, RJ, e que acumulou 36,5 mil emplacamentos. Outro modelo nacional, o Versa, apareceu na terceira posição, com 11,1 mil unidades negociadas.
A Nissan foi a 9ª marca mais vendida no ano passado, com 3,3% das vendas de automóveis e comerciais leves e crescimento diante de 2020, contra a média de 1,2% do mercado. Portanto, além de um bom desempenho da Frontier 2023 e do próprio Kicks, renovado no começo do ano passado, precisará de novos produtos para galgar números mais expressivos de vendas.
O próximo é a nova geração do importado Sentra, ainda este ano. Mas o que também os revendedores devem estar ansiosos mesmo é por modelos nacional, um SUV e um hatch que antes do fim de 2023 sairão da nova plataforma CMF-B, compartilhada com a Renault. (AutoIndústria/George Guimarães)