Produção de ônibus no Brasil tem alta de 8,4% no acumulado do ano

Diário do Transporte

 

A produção de ônibus no Brasil teve uma alta de 8,4% no acumulado do ano. Os dados foram divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nesta terça-feira, 08 de março de 2022.

 

Entretanto, a comparação considera os dois primeiros meses de 2021, quando o país já sofria impactos econômicos da pandemia de covid-19.

 

Segundo a Anfavea, em janeiro e fevereiro deste ano, foram produzidos 3.281 chassis. Por sua vez, no mesmo período de 2021, foram 3.026 unidades.

 

Apesar de a alta mais expressiva ser no segmento de rodoviários, com 41% de crescimento, o número de urbanos é mais representativo. Ao todo, foram 2.930 chassis de ônibus urbanos produzidos nos dois primeiros meses deste ano e 351 rodoviários.

 

Por sua vez, em fevereiro deste ano foram 1.956 unidades produzidas, comparadas a 1.589 de 2021. Ou seja, uma alta de 23,1% no mês.

 

“Imaginamos que dentro destes [quase] dois mil já esteja um pouco do reflexo da produção que ocorreu em fevereiro por conta do programa Caminho da Escola. Isso mostra mais uma vez a importância desse programa na produção que a gente tem para os ônibus”, avalia o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini.

 

Licenciamento

 

Ranking de marcas

 

A Mercedes-Benz segue líder de mercado, conforme levantamento divulgado pela Anfavea. Entretanto, os resultados são comparados ao ano de 2021, quando a crise já afetava o setor devido à pandemia.

 

Confira os números, por montadora:

 

1º) Mercedes-Benz: 819 unidades, alta de 22,1%;

2º) MAN/Volkswagen: 495 unidades, queda de 37,7%;

3º) Agrale (inclui os miniônibus da Volare): 483 unidades, alta de 34,2%;

4º) Volvo: 68 unidades, queda de 19%;

5º) Iveco (inclui os miniônibus CityClass): 23 unidades, queda de 90%;

6º) Scania: 9 unidades. Mesma quantidade registrada nos dois primeiros meses de 2021.

 

Exportações

 

O número de ônibus exportados aumentou 20,9% considerando os dois primeiros meses do ano. Ao todo, foram 572 unidades, comparadas a 473 no mesmo período de 2021.

 

Guerra

 

Em entrevista coletiva nesta terça (08), o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, afirmou que a guerra pode afetar a produção de veículos. Um dos pontos destacados é que a Rússia e a Ucrânia são grandes produtores globais de paládio e gás neônio. Com isso, o abastecimento de semicondutores pode ficar prejudicado.

 

“Especialistas falam que os grandes produtores das matérias-primas para a produção de semicondutores são de origem da Rússia e da Ucrânia. A gente não tem a dimensão do impacto disso no momento, mas estamos falando com os fornecedores, tentando entender a dimensão deste tema”, afirmou.

 

Moraes também ressalta que há riscos econômicos da guerra para o setor, como mais pressão inflacionária. Além disso, o aumento dos juros pode trazer efeitos negativos para a atividade econômica em geral, sobretudo no segundo semestre, o que pode afetar o setor de transportes. (Diário do Transporte/Jessica Marques)