O Estado de S. Paulo
A montadora francesa Renault terá nova plataforma na fábrica de São José dos Pinhais (PR), onde vai produzir um inédito utilitário esportivo (SUV) de pequeno porte. Com essa base, o grupo poderá fabricar também, futuramente, modelos híbridos e elétricos.
O projeto, anunciado ontem ao governador do Paraná, Ratinho Júnior, inclui a produção de um novo motor 1.0 turbo flex. A plataforma, conhecida como CMF-B, também está apta para produzir modelos da Nissan que, junto com a Mitsubishi, compõem uma aliança global entre as três marcas.
O valor do investimento não foi revelado. O plano atual, de R$ 1,1 bilhão anunciado no início de 2021 foi gasto na modernização dos modelos Captur, Duster, Kwid, Master e se encerra neste mês com o lançamento da nova picape Oroch.
Segundo o presidente da Renault América Latina, Luiz Fernando Pedrucci, a subsidiária brasileira segue trabalhando para a aprovação de outros produtos para a região.
Novo plano
Para Ricardo Gondo, presidente da empresa no País, a plataforma e o novo motor dão continuidade à estratégia de reforçar a presença da marca em segmentos mais altos do mercado, “coerente com o plano estratégico Renaulution”. Esse plano consiste em uma mudança de estratégia que substitui o maior volume de vendas por menos unidades, mas de modelos mais caros.
Questionada sobre a intenção de produzir modelos na Renault como parte da sinergia estabelecida na aliança, a Nissan disse que “não comentará sobre possibilidades de planos para o futuro neste momento”.
Acrescentou, porém, que “trata-se de mais uma demonstração de como a aliança segue sendo positiva para o desenvolvimento das marcas, como já fazemos localmente em várias sinergias”. A Nissan tem fábrica em Resende (RJ).
O novo SUV deve chegar ao mercado em dois anos e vai concorrer no segmento em que atuam hoje Fiat Pulse e Volkswagen T-cross. A empresa não deu detalhes se já tem projeto para produzir carros eletrificados no País. O grupo importa o elétrico Zoe e em breve trará o Kwid elétrico.
O complexo da Renault abriga quatro fábricas de automóveis, comerciais leves, motores e injeção de alumínio e emprega 6 mil funcionários. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)