Carros elétricos já somam mais de 8,5% de participação nas vendas mundiais

Jornal do Carro

 

O segmento de carros elétricos está, cada vez mais, ganhando força no mundo. Em 2021, a venda desses modelos atingiu a marca de 6,6 milhões de unidades, triplicando sua participação no mercado em relação a 2020. ´É o que diz o relatório da Internacional Energy Agency (IEA) – uma organização focada na área de energia – que constatou que os elétricos atingiram o patamar de 9% do mercado global de carros.

 

Com esse crescimento, o estudo prevê que, atualmente, há mais de 16 milhões de veículos com zero emissões de carbono em circulação no mundo. Para se ter uma ideia, o avanço foi tanto que a base mensal de participação desses veículos em janeiro era de 7,2%. Contudo, em dezembro, o segmento fechou em, aproximadamente, 20%.

 

Para efeito de comparação, em 2019, foram vendidos uma média de 2 milhões de carros elétricos globalmente, o que representava apenas 2,5% do comércio. Já em 2020, o mercado geral de carros se contraiu, por conta da pandemia, mas os elétricos continuaram a ser uma tendência em ascensão e subiram a marca para 3 milhões, representando 4,1% das vendas totais. Então, 2021 foi um ano realmente fora da caixinha.

 

China e Europa lideram as vendas globais

 

A pesquisa revelou que, sem surpresas, a China liderou o crescimento dos carros EV em 2021, com as vendas chegando em 3,4 milhões. Ou seja, metade do total de unidades emplacadas mundialmente. De acordo com a agência, o governo chinês pretende fazer com que esses modelos atinjam a marca de 20% na participação do mercado automotivo em 2025. E esse feito só será possível se o país continuar oferecendo os subsídios à população e uma cartela considerável de opções.

 

Em seguida, vem a Europa, que já firmou o objetivo de proibir a venda de carros com motor a combustão a partir de 2035. Por lá, as vendas de veículos elétricos aumentaram cerca de 70% no ano passado, somando 2,3 milhões de unidades. Vale dizer que esse crescimento se deu em meio a uma queda do setor, que ainda não se recuperou totalmente da pandemia.

 

No entanto, as compras foram impulsionadas pelos subsídios para VEs, que também foram expandidos na maioria dos principais mercados europeus. O pico de vendas, inclusive, aconteceu em dezembro, quando os elétricos superaram pela primeira vez os veículos a diesel, com uma quota de 21%.

 

Reprodução

 

Aqui, ainda vale citar os Estados Unidos, que tem um grande potencial de melhora neste ano. Em 2021, os modelos elétricos ultrapassaram meio milhão de vendas, dobrando a participação para 4,5%. Lá, o segmento é dominado, principalmente, pela Tesla, que responde mais da metade das vendas. Mas, com a chegada de novos modelos, a tendência é que haja um equilíbrio daqui para frente.

 

Brasil tem baixa

 

Apesar do crescimento dos principais mercados foco, as vendas de carros elétricos não estão avançando na mesma medida no resto do mundo. Aqui no Brasil, por exemplo, assim como na Índia e na Indonésia, o relatório aponta que a participação de veículos zero emissão ainda está abaixo de 1%.

 

Isso acontece, principalmente, por conta dos preços dos modelos que ainda são altos e a falta de infraestrutura de carregamento. Então, há uma lenta aceitação do público em relação a esse setor. No entanto, muitos modelos vêm surgindo para quebrar esse estigma, facilitando o acesso e, até mesmo, diminuindo os valores nos próximos anos. Veja aqui a lista de veículos elétricos mais esperados para 2022 no Brasil.

 

Montadoras na disputa

 

Ao mesmo tempo em que o mercado se modificada, diversas montadoras vêm anunciando suas principais metas de eletrificação. A Volkswagen, por exemplo, apresentou sua série ID, que já está no Brasil, e anunciou que metade das suas vendas será de elétricos até 2030. Enquanto isso, a Toyota, que demorou a acreditar nesse mercado, afirmou que pretende lançar 30 carros elétricos e híbridos até o mesmo ano.

 

Além delas, outras marcas como Renault, Chevrolet, Volvo, JAC e Ford também estão se comprometendo com novos lançamentos. A BYD, por exemplo, que também tem produção de baterias, já se firma como referência do segmento. Aqui no Brasil, a marca chinesa lançou recentemente o Tan, novo SUV de 7 lugares já testado pelo Jornal do Carro. (Jornal do Carro/Jady Peroni)