Blog do Ricardo Ribas
Os fabricantes de automóveis raramente enfrentaram tantas mudanças tecnológicas e de modelos de negócios desde o início da indústria automotiva há 130 anos. Táxis voadores, carros por assinatura, estações rápidas de recarga de veículos elétricos e novos entrantes big-tech são avanços que podemos esperar nos próximos 10 anos, de acordo com a 22ª edição da Pesquisa Executiva Anual do Setor Automotivo Global 2021 (GAES), da KPMG, conduzida com 1.118 executivos em 31 países.
O conteúdo destacou ainda que metade (53%) dos executivos globais do setor automotivo estão confiantes que esta indústria terá um crescimento mais lucrativo no futuro, enquanto um terço (38%) deles estão preocupados com as perspectivas de lucro. Além disso, sobre veículos elétricos, a maioria (77%) desses profissionais espera que os consumidores exijam tempos de recarga inferiores a 30 minutos ao viajarem, apesar da maior parte das estações de carregamento atuais demorarem mais de três horas.
Os respondentes também foram perguntados qual é a porcentagem estimada de vendas de veículos novos alimentados por bateria, excluindo híbridos, dentro de cada mercado, até 2030. Na média, eles disseram que os veículos elétricos representarão metade do mercado automotivo no Japão, na China, nos Estados Unidos e na Europa Ocidental e cerca de 40% no Brasil e na Índia.
“Os executivos automotivos globais estão confiantes que esta indústria terá um crescimento mais lucrativo nos próximos cinco anos e que a participação no mercado de veículos elétricos crescerá drasticamente até 2030. Está acentuada pelas pressões e desafios de ESG e a corrida para uma economia de baixa emissão de carbono. Contudo, problemas na cadeia de suprimentos e a escassez de mão de obra preocupam esses profissionais. O modelo atual de negócios precisa ser reformulado para a superação dos atuais desafios”, afirma Flávia Spadafora, Líder do setor Automotivo da KPMG no Brasil.
De acordo com a pesquisa, as expectativas para o mercado de veículos elétricos estão baseadas em quando eles atingirão paridade de custo com os veículos a combustão. A maioria (77%) acredita que eles podem ser amplamente adotados sem subsídios do governo, mas a ampla maioria ainda apoia esses programas (91%). A pesquisa, que contém a participação de 372 CEOs, constatou que a confiança dos executivos também se estende a outras áreas, incluindo a capacidade da indústria suportar a próxima grande disrupção.
Os executivos também disseram que a popularidade dos veículos elétricos pode depender de investimentos em infraestrutura de carregamento rápido em corrente contínua. Sobre cadeias de suprimentos e mão de obra, os respondentes estão preocupados com preço e disponibilidade de semicondutores, aço e outros materiais escassos. Mais de 50% dos entrevistados estavam extremamente ou muito preocupados com o fornecimento desses materiais. Além disso, metade (55%) deles estão muito ou extremamente preocupados com a escassez de mão de obra.
“A pesquisa destacou ainda a ascensão de novos participantes e a mudança para o digital. Os setores de tecnologia e automotivo estão convergindo, levando a novas alianças. As startups estão levantando bilhões e os executivos acreditam que as empresas de tecnologia acentuarão sua participação neste mercado”, completa Flávia Spadafora, Líder do setor Automotivo da KPMG. Além disso, para a maioria (78%) dos respondentes mudará o modelo de compra nos próximos anos. Cerca de três quartos preveem que mais de 40% dos veículos serão vendidos diretamente pelas montadoras aos consumidores.
A 22ª edição da Pesquisa Executiva Anual do Setor Automotivo Global 2021 (GAES), da KPMG, foi conduzida com 1.118 executivos da indústria automotiva e setores adjacentes, de 31 países, em agosto de 2021, incluindo 372 CEOs, 325 outros altos executivos, chefes de unidades de negócios, departamentos e gerentes. Um quarto (24%) trabalha para fabricantes de automóveis e 13% para fornecedores de primeira linha. Empresas com receitas anuais superiores de mais de US$ 10 bilhões em 2020 empregam 27% dos entrevistados, enquanto 35% têm receitas anuais entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões, e 38% têm receitas inferiores a US$ 1 bilhão. (Blog do Ricardo Ribas)