Diário do Comércio
Nem mesmo a falta de semicondutores, chips e outros insumos vai ser capaz de reduzir a capacidade de produção da indústria automotiva em 2022. A previsão é do diretor regional do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) em Minas Gerais, Fábio Sacioto.
“A produção nas montadoras deve aumentar 12% no ano que vem, em relação a 2021. Temos informações de que, a partir do fim do primeiro ou início do segundo semestre de 2022, o comércio de semicondutores vai se recuperar’’.
De acordo com o Sindipeças, as montadoras no Brasil devem fechar o ano com 2,6 milhões de veículos produzidos. No comparativo entre janeiro e novembro de 2021 com o mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 6,7% na produção de automóveis, 26,6% na de comerciais leves, 82% na de caminhões e 0,3% na produção de ônibus.
Sacioto, que também é presidente do Centro Industrial Empresarial de Minas Gerais (Ciemg), relata que o problema da falta de insumos é mundial, causado pela escassez de
O resultado é que as fábricas de automóveis não conseguiram entregar todos os pedidos das concessionárias neste ano. Algumas indústrias chegaram a dar férias coletivas ou adotaram o sistema de lay-off, quando a produção é reduzida, o contrato de trabalho é suspenso temporariamente, mas o funcionário não é demitido.
Ernane Geraldo Dias, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas, cidade da região Central, onde ficam as fábricas da Iveco (caminhões) e da CNH Industrial (tratores), afirma que a falta de insumos não provocou grandes alterações na rotina das empresas instaladas na região. “Nós não sofremos muito impacto, houve dez dias de parada e algumas demissões pontuais em fornecedoras da Fiat, mas basicamente de funcionários que quiseram sair ou já eram aposentados, sendo que todos os direitos
Já a Fiat, marca do grupo Stellantis, informou que 1.800 funcionários entraram no sistema de lay-off, em outubro, mas não houve demissões neste ano. O mercado voltou a se recuperar e 970 voltaram ao trabalho em dezembro. Os outros 830 devem retornar em janeiro de 2022. Em nota, a Stellantis informou que “tem feito uma adequada e eficiente gestão do impacto da escassez global de insumos e componentes, notadamente semicondutores, sobre a produção de automóveis no Brasil. Os níveis de produção têm
Ainda de acordo com a empresa, “apesar dos efeitos da escassez de componentes e insumos sobre a produção, a Stellantis mantém-se na liderança dos mercados brasileiro, argentino e sul-americano no acumulado do ano, com destaque para a Fiat, a marca mais vendida do mercado brasileiro e sul-americano’’.
Autopeças faturam
As indústrias de autopeças no Brasil vão fechar o ano com números positivos. Até novembro de 2021, o faturamento teve alta de 25,2%, alcançando R$ 158,1 bilhões, contra R$ 126,3 bilhões em 2020. A previsão é de aumento de 10,4% em 2022.
O investimento foi de R$ 2,10 bilhões neste ano, contra R$ 1,10 bilhão no ano passado, alta de 90,9%. Para 2022, a previsão de elevação é de 9,5%. E o número de postos de trabalho saltou de 232,9 mil, em 2020, para 241,1 mil, em 2021, alta de 3,5%. A previsão é de aumento de 0,7% em 2022. (Diário do Comércio/Marcelo Queiroz)