Estradão
Uma pré-série com 20 unidades do caminhão Iveco a gás começa a ser produzida no Brasil em fevereiro. A montagem será feita na fábrica de Sete Lagoas (MG). A confirmação ao Estradão veio do diretor comercial da marca no País, Ricardo Barion.
Dessa forma, o executivo informa que as unidades começam a ser avaliadas em diferentes operações. Assim, os ensaios vão ocorrer com o combustível nas suas variadas formas. Ou seja, GNV, bem como o gás no formato líquido (GNL). E o biogás este último feito a partir de compostos vegetal ou animal.
Desenvolvimento local
Ricardo Barion não revelou os nomes das transportadoras que participam dos testes, mas adiantou que os caminhões vão rodar em situações reais. E com variados tipos de peso e implementos, bem como em múltiplas rotas, e sob variadas condições.
“Ou seja, nessa fase queremos avaliar o comportamento dos veículos nas condições de uso no País. Afinal, eles foram feitos no Brasil. Não pegamos linha europeia e trouxemos. Investimos no desenvolvimento local”, diz o diretor da Iveco.
Ademais, segundo Barion, a Iveco estreia o gás no Brasil pelos pesados. Nesse sentido, vale ressaltar que a marca comercializa na Europa de semileves a pesados a gás.
“Entendemos que entrar pelos caminhões pesados é mais viável. Mesmo porque a tecnologia requer maiores investimentos frente ao caminhão a combustão. Logo, no segmento pesado ela se paga mais rápido. Ainda mais quando se compara ao veículo urbano”, pontua.
Entretanto, o executivo da Iveco não descarta a possibilidade de, em um segundo momento, ampliar a família. Como o semipesado Tector a gás, por exemplo. O modelo poderá ser feito na Argentina e, de lá, vir importado ao Brasil.
Contudo, Barion enxerga uma oportunidade grande do desenvolvimento do uso do gás no Brasil. Primeiro, porque cresce a quantidade de empresas preocupadas com políticas sustentáveis nas operações. E o gás, do ponto de vista do custo, torna-se uma opção mais convidativa. Sobretudo quando se compara ao elétrico. Ademais, a eletrificação no segmento rodoviário ainda deve demorar.
“A Iveco pode ser bem-sucedida, já que, na Europa, lidera com a oferta de produtos a gás. Assim, temos condições de sermos fortes com essa oferta no Brasil. Produzimos o chassi, o trem de força, ou seja, tudo adequado para essa tecnologia. Tenho a percepção de que teremos muito êxito”, prevê, em tom otimista.
Manlog vai produzir biogás e deve escolher Iveco
A Transportadora Manlog, do Grupo Movah, deve ser uma das empresas contempladas no teste com os caminhões a gás da Iveco. Segundo o CEO da companhia, Thiago Suzin, a transportadora já conversa com a Iveco sobre o tema. Além disso, até o final do primeiro semestre de 2022, o Grupo Movah vai iniciar a produção do próprio biogás.
Isso porque a companhia vai entrar no agronegócio. Dessa forma, o grupo quer contemplar um ecossistema mais limpo nesse segmento. Ou seja, além de transportar os insumos, também utilizar o que seria descartado da matéria-prima para a produção do biocombustível. (Estradão/Andrea Ramos)