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Ao perceber que a pior fase da crise de abastecimento de peças passou, a Fiat antecipou, na segunda-feira, a volta de 970 dos 1800 funcionários que haviam sido afastados há cerca de dois meses, da fábrica de Betim, no estado de Minas Gerais (MG).
No dia 10 de dezembro, durante uma coletiva de imprensa fornecida pela Fiat, Antonio Filosa, o presidente da Stellantis na região, fez a projeção de que o mercado de automóveis leves deve crescer de 10% a 12% em 2022. Esses dados se baseiam na crença de que, a partir do próximo ano, terá maior equilíbrio no abastecimento de componentes eletrônicos.
A previsão da montadora de MG é de que o restante dos operários que estão em suspensão de contrato voltem ao trabalho logo após as férias de final de ano.
“Em relação aos semicondutores, temos sinais de que começa a haver equilíbrio. Não vai se equilibrar totalmente, mas vai melhorar em relação à performance anterior”, declarou Filosa.
De acordo com o presidente, os fornecedores juntamente com a indústria mundial de automóveis estão trabalhando para que a escassez de chips, que atualmente é a principal culpada pela diminuição da produção de montadoras como a Fiat, seja solucionada.
“Não posso ser louco e falar que os problemas vão acabar, mas vejo sinais de melhora da oferta de semicondutores… Devemos ter menos problemas em 2022”, afirmou Antonio Filosa.
Fiat: líder de vendas
Segundo Filosa, a Fiat terminou o ano como a marca de carro mais consumida no país por ter perdido menos produtos se comparada a concorrência, na “luta pelos semicondutores”. De acordo com a análise do presidente, esse fato fez com que a Fiat ganhasse 2,5 pontos percentuais em participação de mercado.
Com a meta de não perder o lugar de destaque para as demais montadoras, a Fiat conta com a grande aceitação de lançamentos recentes, e também para os que virão, no próximo ano. “Plantamos as sementes para ter um ano cheio de novos modelos em 2022, quando também vamos lançar mais carros. O único direito que tenho depois de pedir tantos investimentos aos acionistas é crescer.”
Apesar das oscilações que caracterizam anos de eleição, principalmente no que diz respeito ao câmbio, a direção da Stellantis renovou o programa de investimentos, que teve lançamento há mais de dois anos, e que antevê R$ 7,5 bilhões até 2023, na unidade de produção dos modelos da Fiat e da Jeep em Pernambuco.
Esse valor refere-se, também, na aquisição de novos fornecedores de peças, cujo objetivo é conquistar 60 deles nas proximidades do conglomerado de fábricas.
Em relação ao desempenho financeiro da Fiat na América do Sul, Antonio Filosa afirmou que o pronunciamento cabe ao presidente mundial da montadora, Carlos Tavares, informar. Contudo, Filosa anunciou que a rentabilidade cresceu se comparada ao último ano, no qual a margem de lucro foi extremamente pequena. (CPG Click Petróleo e Gás/Roberta Souza)