Diário do Transporte
O setor de ônibus registrou o pior novembro desde 2016. É o que aponta um levantamento divulgado pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) na manhã desta segunda-feira, 06 de dezembro de 2021.
“É o pior novembro desde 2016, apesar de ser o melhor resultado desde agosto de 2021. Quando a gente olha o acumulado, temos 12.900, um número muito próximo do ano de 2020. É o melhor acumulado desde 2019”, afirmou o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Rodrigo Bonini.
“A gente sabe que o segmento de ônibus é um dos que mais foi afetado por conta da pandemia e continua sendo afetado. Por isso que a gente já comentou outras vezes sobre a importância de criar estímulos também para o setor, porque a gente está falando da mobilidade urbana, um tema muito importante para o país, e a gente tem que encontrar uma forma de crescer esse mercado, dada a sua importância”, avaliou também.
Em novembro deste ano, foram licenciados 1.043 veículos, comparados a 1.389 no mesmo período de 2020, registrando uma queda de 24,9%. Já no acumulado do ano, houve um aumento de 0,7%, passando de 12.795 unidades para 12.886.
Produção
Por sua vez, no acumulado do ano, a produção de ônibus no Brasil registrou uma alta de apenas 0,3% comparando janeiro a novembro de 2020 com o mesmo período de 2021, ainda segundo a Anfavea. Foram 17.452 unidades comparadas a 17.396 do período anterior.
Em novembro deste ano, foram produzidos 1.583 chassis, comparados a 1.705 no mesmo mês de 2020, ou seja, uma queda de 7,2%.
Exportações
Já as exportações de ônibus de janeiro a novembro deste ano tiveram uma alta de 0,5%, comparadas ao mesmo período de 2020. Foram 3.646 neste ano frente a 3.627 veículos no ano anterior.
Ranking de marcas
A Mercedes-Benz segue líder no ranking de marcas divulgado pela Anfavea. O levantamento considera a quantidade de ônibus emplacados no acumulado do ano.
Confira o ranking, na íntegra:
1º) Mercedes-Benz: 5.293 unidades, queda de 13,1%;
2º) MAN/Volkswagen: 3.483 unidades, queda de 10,1%;
3º) Agrale (inclui os miniônibus da Volare): 2.531 unidades, alta de 75,6%;
4º) Iveco (inclui os miniônibus CityClass): 1.001 unidades, alta de 110,7%;
5º) Volvo: 337 unidades, queda de 14%;
6º) Scania: 200 unidades, queda de 45,1%.
Setor automotivo
Também em entrevista coletiva nesta segunda, a Anfavea apontou que a inédita crise de oferta, provocada pela carência global de semicondutores, continua derrubando os números da indústria automobilística, inclusive neste mês de novembro.
Foi registrada uma ligeira melhora de 6,5% nas vendas na comparação com outubro. Entretanto, os resultados ficaram muito aquém para um mês historicamente aquecido.
Os 173 mil autoveículos licenciados representaram uma queda de 23,1% sobre o mesmo mês de 2020, no pior novembro em 16 anos, segundo as estatísticas apresentadas pela associação.
Apesar do retorno às atividades da maioria das fábricas, a Anfavea aponta que o ritmo de produção contínua prejudicado.
Em novembro foram produzidas 206 mil unidades, 15,1% a mais que em outubro, porém 13,5% a menos que em novembro de 2020, configurando o pior resultado para o mês desde a crise (de demanda) de 2015. As exportações também não trouxeram alívio no mês passado, com apenas 28 mil unidades embarcadas, queda de 6% em relação ao mês anterior e de 36,3% sobre novembro do ano passado.
“Temos muitos veículos incompletos nos pátios das fábricas, à espera de componentes eletrônicos. Esperamos que eles possam ser completados neste mês, amenizando um pouco as filas de espera nessa virada de ano”, afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, acrescentando que a expectativa para o próximo ano é de uma melhora gradual no fornecimento de semicondutores, embora a solução completa da crise só esteja prevista para o final de 2022.
Ainda de acordo com Moraes, chama a atenção a diferença de desempenho de mercado dos veículos de transporte de carga, muito superior ao dos modelos voltados para passageiros.
No acumulado do ano, caminhões cresceram 46,3%, picapes 28,4% e furgões 27,8%, quando comparados aos volumes dos primeiros 11 meses de 2020.
Por outro lado, automóveis recuaram 1,3%, vans cresceram 1,6% e ônibus subiram apenas 0,7%. (Diário do Transporte/Jessica Marques)