AutoIndústria
Apesar das dificuldades decorrentes das limitações impostas pela pandemia da Covid-19 ao longo deste ano, a indústria de motocicletas vem conseguindo ampliar a oferta de produtos para os mercados interno e externo, acumulando 1.004.983 unidades produzidas em dez meses. O resultado representa expansão de 28,1% sobre o mesmo período do ano passado (784.421 unidades) e é o melhor desde 2015 (1.137.103).
Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, destaca o esforço que o setor vem fazendo para driblar dificuldades e atender o consumidor da melhor forma possível.
“É um desempenho altamente significativo quando analisamos o contexto do ano, que começou com um primeiro bimestre muito difícil devido a segunda onda da pandemia do coronavírus em Manaus, AM, que comprometeu cerca de 100 mil unidades. Desde então as fabricantes têm imposto um ritmo intenso na produção para atender a demanda”, comenta.
Saíram das linhas de montagem 108.456 motos em outubro, volume similar ao de setembro (108.931 unidades) e 19,3% superior ao obtido no mesmo mês do ano passado (90.880). Fermanian acredita que a demanda se manterá aquecida nos próximos meses devido, principalmente, às altas seguidas nos preços dos combustíveis.
“Além disso, o veículo é instrumento de trabalho para quem atua nos serviços de entrega e opção de deslocamento seguro para evitar a aglomeração do transporte público”, lembra o presidente da Abraciclo, ressalvando, no entanto, que as instabilidades do cenário macroeconômico começam a preocupar: “Estamos atentos à alta nas taxas de juros, ao nível de emprego e outras medidas que podem impactar negativamente a demanda por motocicletas”.
Vendas internas e externas
O mercado interno absorveu 937.971 motos no acumulado deste ano, crescimento de 29% na comparação com o mesmo período de 2020 (726.973 unidades). A Scooter foi a categoria que registrou a maior alta porcentual no volume de licenciamentos em relação aos dez primeiros meses do ano passado. Foram 88.340 unidades emplacadas, aumento de 46,9% sobre 2020 (60.141 unidades).
“O perfil do comprador da Scooter é aquele que quer um veículo mais fácil de pilotar, ágil no trânsito e econômico. Essa praticidade vem conquistando o consumidor brasileiro”, explica Fermanian. Em números absolutos, a categoria com maior volume de emplacamentos foi a Street, com 455.986 emplacamentos de janeiro a outubro, alta de 25,2% em relação ao mesmo período de 2020 (364.104 motocicletas).
Os licenciamentos no mês passado somaram 97 mil unidades, com queda de 10,9% sobre setembro (108.816 motocicletas) e crescimento de 0,9% na comparação com as 96.114 motocicletas vendidas no mesmo mês do ano passado.
As exportações também indicam números positivos no acumulado do ano. Atingiram 46.947 unidades, com aumento de 79,8% em relação às 26.109 unidades embarcadas no mesmo período de 2020. Os principais mercados foram a Argentina, a Colômbia e os Estados Unidos. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)