Parceria entre Mercedes-Benz e Renault-Nissan está próxima do fim

Jornal do Carro

 

Já tem tempo que a parceria entre a Aliança Renault-Nissan e a Daimler está ameaçada, mas, agora, parece que o negócio caiu por terra. De acordo com a imprensa internacional, a detentora da Mercedes-Benz está disposta a vender sua participação na Renault (com quem tem negócio desde 2010) e teria ofertado a investidores institucionais 9,2 milhões de ações por 316 milhões de euros (quase R$ 2 bilhões na conversão direta).

 

Caso a venda seja, de fato, efetivada, a parceria chega ao fim. Contudo, a saída da Daimler não afetará a parceria industrial ou a cooperação entre as montadoras. Por enquanto, a gigante ainda tem 3,1% da Nissan.

 

Cabe salientar que, em maio, a Nissan já havia vendido sua participação na Daimler e a Renault fez o mesmo em março. A Mitsubishi, por sua vez, também chegou a fazer parte da aliança, mas abandonou a parceria. Desde a prisão (e fuga) de Carlos Ghosn (que foi presidente da aliança franco-japonesa), em novembro de 2018, a relação ficou estremecida.

 

História de sucessos e fracassos

 

O conglomerado de empresas se uniu, inicialmente, no projeto que originou a nova geração dos modelos Smart e o atual Twingo. Contudo, a Daimler já vendeu metade da Smart para a chinesa Geely, desfazendo um dos principais elos da aliança.

 

Na sequência, a Mercedes-Benz criou o furgão Citan – que tem base no Renault Kangoo e já está na segunda geração. A marca da estrela de três pontas também deve à aliança a criação da picape média Classe X – que tinha base na Nissan Frontier. O modelo, entretanto, foi descontinuado por não ter feito o sucesso esperado.

 

E foi, também, por causa desse fato que a Mercedes-Benz acabou perdendo o interesse na aliança. Ainda de olho na otimização dos processos de produção e na economia de bilhões de euros, a parceria rendeu Classe A e CLA com motores Renault. É o mesmo usado pelo SUV Renault Captur – pode ser que a picape Duster Oroch também se beneficie.

 

No mais, tem carro da Infiniti (marca de luxo da Nissan) com plataforma de Mercedes-Benz (leia-se Q30 e QX30) e uso do motor 2.2 turbodiesel da fabricante alemã no Q50. Tudo vai continuar à venda mesmo que a parceria chegue ao fim. (Jornal do Carro/Vagner Aquino)