Diário do Transporte
O mercado de ônibus brasileiro registrou os piores resultados do mês de outubro desde 2017, considerando o licenciamento de novos veículos. Entretanto, o acumulado do ano foi o melhor desde 2019.
A informação foi divulgada pelo vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Marco Saltini, na manhã desta segunda-feira, 08 de outubro de 2021.
“No caso do licenciamento de ônibus, a gente tem um aumento muito pequeno, de 6%. Os números são baixos, então 900 unidades é basicamente o mesmo número do mês passado, nada muito significativo. O mercado de ônibus continua ainda em uma situação bastante complicada”, avaliou.
Em entrevista coletiva, o vice-presidente da Anfavea também ressaltou a importância do programa Caminho da Escola para o setor.
“Desse volume emplacado, foram poucas unidades para o Caminho da Escola, 11% só. O mais significativo foram os urbanos, que tiveram 33% desse mercado, fretamento com 7%, rodoviário com 16%, então a gente percebe a importância do Caminho da Escola nos números de ônibus que a gente vinha tendo e a gente percebe que em uma transição da licitação anterior para a nova licitação, os primeiros emplacamentos vão aparecer mais perto do final do ano. Este é o pior outubro de ônibus desde 2017”, detalhou Saltini.
“No acumulado do ano, chegamos a 11.800 unidades, muito parecido com o que foi 2020, e é o melhor acumulado desde 2019, mas mesmo assim a gente sabe que está bem fragilizado o mercado de ônibus”, pontuou também.
Produção de ônibus tem pior outubro desde 2015
Também de acordo com a Anfavea, a produção de ônibus teve um aumento de 1,1% de janeiro a outubro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2020. Ao todo, foram 15.869 em 2021, comparadas a 15.691 no ano passado.
No acumulado do ano, os ônibus rodoviários apresentaram uma queda de 20,5%, com 2.099 unidades em 2021 comparadas a 2.641 em 2020, mas os urbanos tiveram alta de 5,5%, passando de 13.050 para 13.770.
“Foram 1.300 unidades em outubro, 8,8% mais do que em setembro. É o melhor mês desde agosto de 2021, mas é o pior outubro desde 2015 em ônibus”, avaliou também Saltini.
Também em entrevista coletiva, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, afirmou que os principais desafios da produção atualmente são falta de componentes, pneus e semicondutores. “Estes continuam sendo um desafio e serão um desafio durante novembro e dezembro”, projetou.
Exportações
No acumulado do ano, o número de exportações de ônibus caiu 4,2%, passando de 3.299 em 2020 para 3.161 em 2021.
Enquanto a venda de rodoviários para o mercado externo caiu 46,5%, o segmento de urbanos teve alta de 44,7%.
Ranking de marcas
A Mercedes-Benz segue líder de mercado no ranking de marcas divulgado pela Anfavea. O levantamento considera a quantidade de ônibus emplacados no acumulado do ano.
Confira o ranking, na íntegra:
1º) Mercedes-Benz: 4.702 unidades, queda de 16%;
2º) MAN/Volkswagen: 3.294 unidades, queda de 1%;
3º) Agrale (inclui os miniônibus da Volare): 2.352 unidades, alta de 79,5%;
4º) Iveco (inclui os miniônibus CityClass): 974 unidades, alta de 197,9%;
5º) Volvo: 320 unidades, queda de 15,8%;
6º) Scania: 170 unidades, queda de 47,2%.
(Diário do Transporte/Jessica Marques)