Jornal do Carro
Quem compra um carro 0-km, normalmente faz visitas periódicas à rede autorizada para cumprir as revisões. Isso é feito nos primeiros anos, para preservar a garantia da fábrica. Entretanto, com modelos usados e fora de linha, já sem a cobertura da montadora, ocorre uma evasão. Os donos fogem das concessionárias por causa dos custos maiores que no mercado independente. É esse o público que a Mitsubishi quer fisgar.
Com a explosão na venda de usados, a HPE Automotores, montadora que representa a marca japonesa no Brasil, vai fazer uma ofensiva com peças de reposição genuínas para praticamente todos os modelos Mitsubishi vendidos desde a década de 1990 no País. Segundo Clara Corrêa, gerente-executiva de pós-vendas da HPE, a rede autorizada vai disponibilizar cerca de 16 mil componentes com descontos médios de 50% a 60%.
“Queremos que o cliente Mitsubishi volte ou mesmo conheça uma concessionária da marca – no caso de segundos ou terceiros donos. Mas em um patamar de preços que eles possam consumir”, pontua Clara Corrêa. “Nós produzimos e sabemos como resolver os problemas. Além disso, tem a durabilidade, a qualidade de uma peça japonesa genuína – são muitos testes de validação, não há como comparar com genéricos”, reforça.
De Pajero TR4 e L200 a 3000 GT
Há, por exemplo, peças com descontos para clássicos importados dos anos 1990, como o 3000 GT, até modelos nacionais de volume, como o sedã Lancer, a picape L200 e o SUV Pajero TR4. Da mesma forma, a variedade é grande entre os itens disponíveis. Há desde um ECU de motor até peças de suspensão e carroceria, bem como de acabamento interno. Ou seja, quem tem um modelo mais antigo, é boa hora para “dar um talento”.
“Vai de A a Z. É um mix de produtos muito grande, destinado a veículos que saíram de produção, com peças importadas, desde alternador, componentes eletrônicos, instrumentos, tem realmente de tudo”, diz Clara Corrêa. Para chegar aos descontos prometidos, a rede vai ajudar a subsidiar os preços. “Quem sabe não trazemos as concessionárias de volta para esse mercado. Precisamos entender a dor do cliente”, pontua a executiva.
Genéricos em falta
Essa ofensiva de peças originais a preço de custo surge no momento em que faltam genéricos no mercado. Segundo Clara Corrêa, a logística para trazer componentes ficou mais difícil na pandemia. Com custos maiores, o chamado “mercado paralelo” passou a priorizar peças de alto volume. “Para trazer mercadoria barata da China, tem que encher um container. Assim, a prioridade são componentes de modelos de maior demanda”, explica.
A estratégia, portanto, é aproveitar esse momento atrair clientes mais antigos e donos de Mitsubishi que compram o carro em uma revenda multimarca e nunca foram na rede. “Quem sabe não reatamos um casamento desfeito há anos? Um carro com serviços feitos na concessionária, com carimbo e tudo mais, para vender vai será bem mais fácil, com peças genuínas”, concluí a chefe de pós-vendas da HPE. (Jornal do Carro/Diogo de Oliveira)