Crescimento de carros elétricos cria novo mercado de carregadores

Jornal do Carro

 

Os carros elétricos são peça-chave para a redução das emissões de gases do efeito estufa mundialmente. Por isso, são o futuro da indústria automobilística e há um amplo movimento para atingir a eletrificação. Assim, surge um novo mercado como extensão essencial dessa mudança: o de carregadores para esses veículos.

 

Aqui no Brasil, os carros a combustão são dominantes e os elétricos representam menos de 1% do mercado em 2021. Contudo, os chamados ”veículos de zero emissão” vêm crescendo gradativamente. De acordo com a ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), no primeiro semestre de 2021, os carros 100% elétricos tiveram 732 unidades vendidas, sendo puxadas pelo Porsche Taycan 4s, que emplacou 154 unidades.

 

Mas a tendência é esse volume crescer com os novos modelos que estão a caminho, conforme revelou nossa lista de lançamentos para 2022. A Volkswagen, por exemplo, já apresentou a linha ID de elétricos no País, e o hatch ID.3 será o primeiro a chegar, em meados de 2022. Já a Peugeot começou a vender no Brasil do hatch e-208 GT elétrico.

 

Assim, com essa gama de veículos aumentando, a necessidade e exigência dos usuários por carregadores elétricos se torna maior. Afinal, a infraestrutura de recarga das baterias é um fator decisivo para a circulação desses modelos.

 

Por isso, antes de fazer a compra de um modelo movido a bateria, é preciso entender como funciona cada tipo de carregamento e quais são os principais modelos disponíveis no mercado. Além, é claro, de saber como funciona a instalação desse produto e a confiabilidade de cada um.

 

Carregadores domésticos

 

Há diversas modalidades de carregadores no mercado brasileiro que se divergem em potência, funcionalidade e necessidade. Na maioria das vezes, o mais comum de ser utilizado é o Wallbox (carregador de parede), que nos modelos mais novos estão vindo de série no primeiro lote.

 

No entanto, apesar de muitas montadoras já oferecem carregadores próprios, como BMW e Volvo, existem muitas marcas fazendo parcerias com empresas especializadas como Renault, Fiat, Volkswagen, Nissan e Chevrolet. Fora, claro, a comercialização avulsa desses equipamentos.

 

Básico

 

Geralmente, o carregador básico vem de fábrica junto com o veículo e oferece a possibilidade de carregá-lo em uma tomada comum. Contudo, apesar de ser funcional, o modo de carregamento é lento pelo fato de possuir uma baixa potência. Em média, a corrente de energia que esse equipamento permite é de 8 a 10 A (amperes). Ou seja, o fluxo máximo desse modelo é de cerca de 3kW.

 

Além disso, vale mencionar que a grande maioria pode vir com uma tomada de três pinos. Dessa forma, é bem provável que precise de um adaptador para conseguir utilizar em alguns casos. Para exemplificar, em um veículo com uma bateria de 40kW, uma carga levaria um tempo médio de 20h a 40h para estar completa. Sendo assim, ele serve mais para momentos específicos, como alguma situação atípica.

 

Portátil

 

Os carregadores portáteis tem um funcionamento semelhante ao básico e, em algumas montadoras, é o que acompanha o modelo de fábrica. Como é o caso do novo Peugeot e-208 GT, que traz de série um carregador portátil que pode ser plugado em tomadas comuns de 110 Volts e 220 Volts. O modelo é oferecido pela WEG, que também oferece o produto para montadoras como Fiat e o Grupo Stellantis.

 

No entanto, a principal diferença entre os dois modelos é a potência. Na grande maioria, a corrente para essa versão poder ter uma média de 16 a 32 A. ”O modelo portátil é bem lento, podendo levar mais de 10h para carregar um carro. É uma opção que a própria montadora fornece visando atingir uma demanda atípica, ou seja, é mais para um caso de emergência”, afirmou o Diretor Superintendente da WEG Automação, Manfred Peter Johann.

 

Nas versões mais simples, esse equipamento pode ser plugado em tomadas comuns de 110 e 220V. Já em modelos mais potentes, o mais indicado são as redes trifásicas, ou seja, de 220 a 380V. Porém, é importante lembrar que não são todas as montadoras que oferecem esse tipo de carregador.

 

No entanto, muitas lojas, como a própria WEG, comercializam esse modelo separadamente. No mercado, eles custam um valor, aproximado, de R$2 mil a R$4 mil. Mas, tudo vai depender da potência que ele oferece. Em modelos com 7kW ou mais, por exemplo, o valor já pode ultrapassar os R$4 mil. (Jornal do Carro/Jady Peroni)