Selic aumenta 1,5 ponto e vai a 7,75%

O Estado de S. Paulo

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou em 1,5 ponto porcentual a taxa básica de juros da economia, para 7,75% ao ano, o maior nível desde outubro de 2017. Os principais fatores que levaram à decisão foram a inflação persistente e o aumento do risco fiscal, com a tentativa do governo de alterar o teto de gastos – regra que limita as despesas à inflação. A Selic não subia tanto em uma reunião desde dezembro de 2002, quando passou de 22% para 25%. O Copom indicou que deve fazer um ajuste da mesma magnitude em dezembro.

 

A inflação persistente e o aumento do risco fiscal, com a manobra do governo para tentar alterar o teto de gastos (regra que limita as despesas à inflação), levaram o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a acelerar o ritmo de correção da Selic, que subiu 1,5 ponto porcentual e foi de 6,25% para 7,75% ao ano.

 

A taxa básica de juros não subia tanto em uma única reunião do Copom desde dezembro de 2002, quando passou de 22% para 25% ao ano. Com o anúncio de ontem, chegou agora a seu maior patamar desde outubro de 2017 (7,5%).

 

Em comunicado, o Copom já indicou que deve fazer um novo ajuste da mesma magnitude na sua próxima reunião, em dezembro. Assim, a Selic encerraria o ano em 9,25%.

 

Um dos principais objetivos do BC é manter a inflação sob controle, e o instrumento usado para alcançar isso é a taxa de juros. Historicamente, juros altos ajudam a esfriar a economia. Mas a disparada dos preços não tem dado trégua, e a previsão é de que a inflação feche o ano próxima de 9% – acima do teto da meta (de 5,25%).

 

O Copom fala disso no seu comunicado, ao repetir que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação”. Um outro componente, porém, entrou na conta: a tentativa de mexer no teto de gastos, abrindo espaço para mais despesas do governo em 2022 – ano de eleições.

 

Para o BC, a manobra pesou na deterioração das expectativas de inflação, mesmo com os principais indicadores das contas públicas apresentando melhora nos últimos meses. “O Comitê avalia que recentes questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação, aumentando a assimetria altista no balanço de riscos”. (O Estado de S. Paulo/Thaís barcellos e Eduardo Rodrigues)