O Estado de S. Paulo
Trabalhadores da General Motors de São José dos Campos querem garantia de estabilidade no emprego para aceitar a proposta da empresa de lay-off (suspensão de contratos) de até 1,2 mil funcionários da produção por dois a cinco meses a partir de novembro.
Em assembleia realizada nesta terça-feira, 26, pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, os trabalhadores aprovaram a proposta que será apresentada em reunião amanhã com dirigentes da montadora. A GM alega falta de semicondutores para a produção e vai operar com apenas um turno.
Se aprovado, o lay-off começará na segunda semana de novembro e envolve 1,2 mil dos 2,2 mil operários da linha de produção da picape S10, modelo que atualmente já tem fila de espera de clientes porque a demanda supera a oferta.
O pedido de estabilidade nos empregos, porém, envolve todos os 3,8 mil funcionários da fábrica que também produz o SUV Trailblazer e motores, além da efetivação de 350 temporários com contratos que vencem no próximo mês.
O vice-presidente do sindicato, Valmir Mariano afirma que, “neste momento, temos de lutar pela preservação de todos os empregos e direitos para quem fica na fábrica e para quem sai.” Segundo ele, “a suspensão dos contratos não pode penalizar os trabalhadores”.
GM lança nova versão da S10
Também hoje, a GM apresentou uma nova versão da picape, a S10 Z71, com visual “aventureiro” ou “fora de estrada”, tem como base um dos modelos mais vendidos pela marca nos Estados Unidos. O projeto para a versão brasileira, com mais de 20 mudanças no layout e na parte técnica, foi desenvolvido por profissionais da matriz e do Brasil, informa a fabricante.
Ao Estadão, ao GM informou ter “assegurado um volume importante da Z71 para este ano com o objetivo de atender a demanda inicial prevista”, ao ser questionada sobre a oferta da nova versão no mercado num momento em que a produção será reduzida, já que a linha vai operar em apenas um turno de trabalho.
A empresa confirma que, por ser uma das picapes mais vendidas no País, devido em parte à pujança do agronegócio, a demanda pelo modelo hoje é maior do que a oferta, mas não informou qual o atual prazo de entrega dos modelos.
Até setembro, foram vendidas no País 25,9 mil unidades da S10, o que coloca a pica Chevrolet em quarto lugar no segmento. Estão à frente a Fiat Strada (85,4 mil unidades), a Fiat Toro (54,6 mil), e a Toyota Hilux (32,6 mil), segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave).
A Z71 é a quinta versão da S10 e custa R$ 260,5 mil. As outras quatro – LS, LT, LTZ e High Country custam entre R$ 221,5 mil e R$ 280,4 mil. Os principais concorrentes da nova configuração, segundo a própria GM, são as picapes Ford Ranger Storm e Nissan Frontier Attack.
“A S10 Z71 chega num momento em que cresce o interesse por viagens de automóveis, por esportes de aventura e pelo maior contato com a natureza”, afirma Hermann Mahnke, diretor executivo de Marketing da GM América do Sul. Segundo ele, é uma versão que deve atrair novos clientes, além de atender a clientela tradicional do agronegócio “que quer mais sofisticação”.
Mahnke afirma que as vendas de picapes médias no Brasil, em que a Z71 se insere, representam de 5,5% a 6% do mercado total de automóveis e comerciais leves, puxadas principalmente pelos consumidores ligados ao agronegócio. Já as vendas totais de picapes (incluindo pequenas e grandes) ficam com 17,4% da fatia do mercado. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)