Embraer testa rotas de “carro voador”

O Estado de S. Paulo

 

A Eve Air Mobility, empresa da Embraer, inicia no dia 8 de novembro o simulado de Mobilidade Aérea Urbana (UAM), conectando a Barra da Tijuca com o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão. A experiência, que se dará ao longo de um mês, com seis voos diários, será realizada com helicópteros convencionais, mas a um custo mais baixo do que esses serviços costumam cobrar. O valor por trecho vai variar de R$ 99,90 a R$ 599,99, dependendo do dia e horário.

 

A simulação considera valores próximos ao que se espera no futuro para uma operação com uma aeronave elétrica de pouso e decolagem vertical (EVTOL), o “carro voador”, que ainda está em desenvolvimento pela Eve.

 

A comercialização das passagens teve início ontem, pela Flapper, plataforma independente para voos sob demanda, conforme comunicado da Embraer ao mercado. Segundo a plataforma, apesar de um “boom” na primeira hora de vendas, ainda havia passagens disponíveis ao fim do dia.

 

Pechincha

 

Segundo Paul Malicki, presidente da Flapper, uma viagem de helicóptero normalmente tem valores muito mais altos, porque, no fretamento, é comum o helicóptero voltar vazio. Tipicamente também é cobrada uma hora cheia de voo. “Os valores variam para essa categoria de aeronave de R$ 3.050 até R$ 8,3 mil por trajeto completo.”

 

“No projeto da Eve pretendemos contar com passageiros na ida e na volta. Além disso, o projeto tem como objetivo testar a sensibilidade do preço, com inúmeros valores disponíveis, sujeitos à demanda. Podemos dizer que tal conceito é semelhante ao preço dinâmico da Uber. Embora o preço médio seja superior a R$ 99, estamos dispostos a ajustá-lo de acordo com a demanda”, acrescenta Malicki.

 

A indústria de UAM pretende oferecer o transporte aéreo a preços mais acessíveis. A aeronave da Eve, prevista para chegar ao mercado em 2026, será elétrica, com baixo ruído e zero emissões de carbono.

 

O simulado visa integrar a mobilidade aérea urbana ao espaço aéreo brasileiro. Colaboram com a iniciativa 50 especialistas de 12 instituições, além de Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). (O Estado de S. Paulo/Amélia Alves e Heloísa Scognamiglio)